Aumentou a probabilidade de um asteroide atingir a Terra em 2032 (mas não é caso para alarme)
Os astrónomos aumentaram significativamente as probabilidades do impacto direto de um asteroide gigante que está, atualmente, a aproximar-se do planeta Terra.
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De acordo com o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra, da NASA, as probabilidades de um impacto entre a rocha espacial em causa, que dá pelo nome de 2024 YR, e a Terra são agora calculadas em 2,3%. Ou seja, há 97,7% de hipóteses de o asteroide passar sem incidentes. No entanto, o risco é suficientemente elevado para que a Organização das Nações Unidas tenha ativado, pela primeira vez, o Protocolo de Segurança Planetária.
Há uma semana, a Agência Espacial Europeia (ESA) tinha calculado as probabilidades de colisão em 1,3%, em 22 de dezembro de 2032 - o dia em que o asteroide estará mais próximo da Terra -, mas o número tem vindo a aumentar nos últimos dias.
De acordo com os observadores da NASA que o avistaram de um telescópio no Chile no final do ano passado, o objeto espacial tem cerca 90 metros de largura, aproximadamente o mesmo tamanho do asteroide Tunguska, que destruiu cerca de 2150 km² de floresta remota da Sibéria quando explodiu, em 1908.
Probabilidades ainda podem diminuir
O 2024 YR4 disparou para o topo das listas oficiais de risco de impacto em ambos os lados do Atlântico e tem a rara classificação de três na escala de Turim - que varia de zero, sem risco, a 10, capaz de acabar com a civilização. Ainda assim, apesar do ligeiro risco de embate, os astrónomos afastam alarmismos. A ESA explica que flutuações nas probabilidades de impacto calculadas a uma distância tão grande da suposta data de aproximação são normais e que estas deverão cair para zero nos próximos meses, quando os dados atualizados sobre a velocidade e a trajetória do objeto espacial forem recebidos.
O gabinete de coordenação de defesa planetária da NASA, a agência espacial dos EUA, concorda. “Houve vários objetos no passado que subiram na lista de risco e acabaram por cair à medida que mais dados foram chegando. Novas observações podem resultar na reatribuição deste asteroide ao grau zero", reiterou, em comunicado, a investigadora norte-americana Molly Wasser.
“O mais provável é que passe sem causar danos. Merece apenas um pouco mais de atenção com telescópios até que possamos confirmar isso. Quanto mais seguirmos a sua órbita, mais precisas se tornarão as nossas previsões futuras da sua trajetória", explicou ao jornal britânico "The Guardian" o especialista Colin Snodgrass, professor de astronomia planetária na Universidade de Edimburgo.
Tecnologia capaz de travar asteroide
O asteroide 99942 Apophis, descoberto em 2004 e maior do que a Torre Eiffel, chegou a receber uma classificação de quatro na escala de Turim, mas acabou por ser considerado uma não ameaça à Terra. No entanto, mesmo que o 2024 YR4 continue em direção ao planeta azul com uma grande probabilidade de impacto, o sucesso da missão Dart da NASA, em 2022, na qual uma nave espacial colidiu deliberadamente com uma rocha espacial do tamanho de um estádio de futebol e alterou a sua trajetória, dá motivos para otimismo. “Este asteroide tem uma escala tal que uma missão como a Dart poderia ser eficaz, se necessária. Temos a tecnologia para isso”, disse Snodgrass.