Adeptos tinham bilhetes assegurados para a partida inaugural dos encarnados no Mundial de Clubes. Porém, vão ver o jogo em casa, depois de lhes ter sido rejeitado o pedido de visto.
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Dois adeptos que pretendiam assistir ao vivo ao jogo de estreia do Benfica no Mundial de Clubes, frente aos argentinos do Boca Juniors, foram impedidos de entrar nos Estados Unidos pelas autoridades do país. Ambos tinham bilhetes assegurados para o Hard Rock Stadium e avião marcado para Miami, onde a partida terá lugar na próxima segunda-feira, dia 16. Não lhes foi dada qualquer justificação para a recusa do visto.
“Preenchi um primeiro documento há três semanas e a autorização veio negativa, sem que fossem dadas explicações para tal. Repeti o formulário e o cenário foi o mesmo”, relata ao JN Fábio Vasques, um dos benfiquistas que se preparavam para se deslocar até ao outro lado do Atlântico e teve os planos alterados. “Estava tudo tratado, desde a viagem até à entrada no jogo. Também havíamos garantido alojamento em casa de um amigo comum português que vive em Miami”, garante Fábio Vasques, proprietário de um restaurante em Arruda dos Vinhos, distrito de Lisboa. “Perdi o valor dos voos, 820 euros ida e volta (Lisboa-Madrid-Miami e Miami-Madrid-Lisboa), e o do bilhete para o jogo, que custou 150 dólares (129 euros)”, descreve.
Outro membro da pequena comitiva também viu recusada a entrada nos Estados Unidos. Contactado pelo JN, preferiu não prestar declarações. Aos restantes dois elementos do grupo não foi colocado qualquer entrave e vão presenciar o Benfica-Boca Juniors sem mais problemas.
Pedido negado
O documento indeferido é o Electronic System for Travel Authorization (ESTA), uma requisição obrigatória de visto de entrada para cidadãos estrangeiros que planeiam deslocar-se aos Estados Unidos. Nele são requeridas informações pessoais, desde logo cópia do passaporte, além dos motivos da viagem, dias previstos de permanência, contactos diretos disponíveis em solo norte-americano, entre outros. A submissão é feita online, sendo a resposta decidida até às 72 horas (três dias) seguintes. Tem a duração máxima de 90 dias (três meses) e o custo de 21 dólares (18 euros).
“Desde a entrada em vigor das leis de imigração impostas por Donald Trump que as regras de entrada no país se tornaram mais rigorosas”, explica o advogado luso-americano Nélson Tereso. “Dantes, eram raras as recusas de entrada de portugueses nos EUA”, comenta.
Após a dupla recusa, Fábio Vasques desistiu da ideia de se deslocar a Miami para ver o Benfica ao vivo no Mundial de Clubes e irá acompanhar o clube apenas pela televisão. “Resta-me, pelo menos, tentar reaver o dinheiro das passagens de avião através do seguro de viagem”, desabafa.
Desde 2007 que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) têm em vigor uma plataforma de cruzamento de dados pessoais. O objetivo, segundo explica a UE, “é reforçar a segurança dos dois blocos e a proteção dos seus cidadãos”.