
Bitcoin atingiu o seu valor mais alto de sempre
Foto: Marvin Recinos / AFP
A vitória de Donald Trump, reclamada e a caminho da oficialização, nos EUA, teve efeitos imediatos na economia mundial. O dólar atingiu o seu maior aumento num dia desde março de 2023, enquanto a criptomoeda Bitcoin registou o seu valor mais alto de sempre, valorizando-se 9%.
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Os investidores começaram a aperceber-se da subida da moeda após as primeiras indicações de uma vitória dos republicanos no estado da Geórgia. O índice do dólar, que mede a moeda norte-americana em relação aos seus pares, avançou 1,4% para 104,85 ainda não eram 9 da manhã em Portugal continental, tendo atingido 105,31, um pico de quatro meses, e a maior subida desde março do ano passado, explica a agência Reuters.
Entre as explicações para esta subida estão as promessas deixadas por Donald Trump, nomeadamente nas áreas fiscal e de imigração, que são consideradas inflacionistas pelos especialistas, o que impulsiona rendimentos dos títulos do Tesouro, e por sua vez a moeda, o dólar.
“Foi uma reação muito forte, um forte aumento do dólar”, disse Niels Christensen, analista-chefe da Nordea, citado pela agência noticiosa. “As expectativas de uma política fiscal mais flexível e de um mercado de trabalho restritivo apontam para uma inflação mais elevada e rendimentos mais elevados", acrescentou.
A Bitcoin valorizou-se 9%, até aos 75.389 dólares (cerca de 70 mil euros), o seu máximo de sempre. Esta resposta dos mercados prende-se com a ideia de que Donald Trump será mais favorável a um mercado aberto a criptomoedas, moedas virtuais, que a sua rival democrata, Kamala Harris.
Bolsas europeias em alta e chinesas caíram
As principais bolsas europeias estavam hoje em alta, no dia em que o dólar, a bitcoin e os futuros em Wall Street subiram fortemente face à muito provável vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.
Pelas 09.20 horas em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a avançar 1,82% para 518,79 pontos.
As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt subiam 1,53%, 1,84% e 1,41%, respetivamente, enquanto a de Milão valorizava-se 1,32% e a de Madrid, em contraciclo, perdia 0,62%.
A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e perto das 09.30 horas o principal índice, o PSI, baixava 1,45% para 6.453,73 pontos
As principais praças financeiras chinesas registaram perdas generalizadas, esta quarta-feira
O índice de referência da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, fechou com perdas de 2,23%, com especial incidência para a tecnologia - um dos setores mais afetados pelo deteriorar das relações entre Pequim e Washington - cujo índice perdeu 2,54%.
E, apesar de ambas terem chegado a meio da sessão em terreno positivo, as duas principais bolsas da China continental, Xangai e Shenzhen, acabaram por fechar com quedas de 0,09% e 0,35%, respetivamente.
Embora a China esteja a acompanhar de perto as eleições, os analistas acreditam que o sentimento em Pequim é que, seja quem for o vencedor, Washington manterá uma política de "contenção" em relação ao país asiático, com novas restrições tecnológicas e comerciais.
