O presidente norte-americano e até agora recandidato à Casa Branca anunciou, este domingo, a desistência da corrida presidencial e declarou apoio à atual vice-presidente, Kamala Harris.
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O copo que vinha enchendo há algumas semanas transbordou este domingo. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América e recandidato ao cargo, anunciou hoje a desistência da corrida contra Donald Trump, em linha o que têm sido os vários apelos de figuras relevantes do Partido Democrata, entre as quais o de Barack Obama. E apoia a número dois, Kamala Harris, a suceder-lhe na campanha.
O anúncio, a pouco mais de três meses das eleições presidenciais, foi feito num comunicado assinado por Biden e publicado nas suas redes sociais. "Embora tenha sido a minha intenção procurar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que desista e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente durante o resto do meu mandato", pode ler-se na publicação, na rede social X (antigo Twitter).
A decisão foi tomada na sequência de crescentes pressões, internas e externas, para que Biden abdicasse em favor de outro candidato democrata, eventualmente mais capaz de se bater contra Trump, num altura em que aumentavam as preocupações em relação ao estado de saúde do presidente, bem como ao seu desempenho na campanha e, caso vencesse, no mandato.
Na missiva publicada, Joe Biden, de 81 anos, o presidente com mais idade à frente da Casa Branca, escreve também que falará ao país durante a semana.
Apoio a Kamala Harris
Numa segunda mensagem partilhada na rede social X, Biden manifestou o apoio à vice-presidente, Kamala Harris, uma das figuras democratas a quem é reconhecida, dentro do partido, maior capacidade para lhe suceder ao cargo.
"Decidi não aceitar a nomeação e concentrar todas as minhas energias nas funções como presidente durante o resto do meu mandato. A minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que tomei. Hoje, quero dar todo o meu apoio para que Kamala seja a indicada do nosso partido este ano. Democratas, é hora de nos unirmos e derrotarmos Trump. Vamos a isso", escreveu.
Sondagens davam vantagem a Trump
De acordo com as últimas sondagens divulgadas, o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, mantinha uma vantagem de três pontos percentuais sobre o Biden. Uma compilação de sondagens publicada pela RealClearPolitics dava ao ex-presidente republicano e magnata nova-iorquino 47,7%, contra 44,7% do então adversário, com base na média de uma dezena de sondagens concluídas entre 2 e 18 de julho - resultado em linha com a distância adquirida por Trump após o debate televisivo entre ambos no final do mês passado.