O presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), Benjamim Pereira, pediu desculpa, esta terça-feira, às famílias que foram selecionadas no concurso do programa Arrendar para Subarrendar, que entretanto foi anulado por problemas informáticos. O IHRU abriu um inquérito interno ao assunto.
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“Lamentamos tudo isto e, naturalmente, fica aqui um pedido de desculpas às famílias, mas não poderíamos validar um concurso irregular”, disse Benjamim Pereira, hoje, em entrevista à Antena 1, depois de o JN ter revelado o caso do concurso anulado.
Em causa estão 130 famílias que foram selecionadas no âmbito de um sorteio de casas em 24 concelhos do país, mas que foi anulado três dias depois de as famílias terem recebido a informação de que tinham sido contempladas com uma habitação de renda acessível. Alguns candidatos queixam-se de falta de resposta do IHRU e admitem levar o caso a tribunal se não foram contemplados no novo sorteio, ainda sem data.
“Situação desagradável”
Antes do novo sorteio, o IHRU vai fazer uma auditoria interna ao que se passou, revelou o presidente: “Estamos a fazer uma auditoria interna, a verificar exatamente o que é que aconteceu, quais os constrangimentos que estiveram por trás disto. Já foi mau acontecer uma vez, não vamos permitir que aconteça duas”.
Benjamim Pereira admite que a atribuição de 130 casas, que é positiva, “transformou-se numa situação desagradável para todos”, mas que a atitude “responsável” era anular o sorteio face aos problemas que foram encontrados.
Benjamim Pereira especifica que houve “candidaturas admitidas que não foram sorteadas”, outras “sorteadas em duplicado” e desistências que “foram consideradas” e incluídas no sorteio. Ou seja, a lista estava irregular.
O presidente ainda não tem explicações para o que aconteceu, pois o sorteio foi feito com um algoritmo que foi “visto e certificado por uma entidade”.
Benjamim Pereira assume a responsabilidade “enquanto dirigente máximo do IHRU”, mas contrapõe que o caso “é o resultado de anos de abandono desta casa, do ponto de vista do desinvestimento em tecnologias”.
Expõe, ainda, as dificuldades que encontrou há dois meses, quando foi nomeado: “Uma casa que não tem uma central telefónica a funcionar, que tem 40% dos seus copiadores sem funcionamento, com plataformas que têm mais de duas décadas, com desinvestimento total”.