A Faixa de Gaza está sob ataque há 17 dias. Domingo entraram no território palestiniano os primeiros camiões de ajuda humanitária. Acompanhe os principais desenvolvimentos do conflito desencadeado pelo ataque do Hamas contra Israel.
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As discussões sobre um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas só serão possíveis após a libertação de todos os reféns detidos pelo movimento islamita palestiniano, disse o Presidente norte-americano, Joe Biden, esta segunda-feira.
"Os reféns devem ser libertados, então poderemos discutir", declarou o chefe de Estado quando questionado sobre o seu apoio a um cessar-fogo. As declarações de Biden foram feitas pouco depois do Hamas anunciar a libertação de mais dois reféns.
Israel identificou mais de 220 reféns israelitas, estrangeiros ou com dupla nacionalidade. Foram raptados e levados para Gaza por memebros do Hamas num ataque sangrento sem precedentes em 7 de outubro, que desencadeou uma guerra, com Israel a bombardear a Faixa de Gaza para "eliminar" o movimento islamita.
Mais de 1400 pessoas foram mortas em Israel, a maioria delas civis baleados, queimados ou mutilados no dia do ataque, segundo as autoridades. O exército israelita disse ter encontrado os corpos de 1500 combatentes do Hamas.
Já o Hamas afirmou esta segunda-feira que 5087 palestinianos, a maioria civis, incluindo 2055 crianças, foram mortos na Faixa de Gaza por bombardeamentos israelitas que destruíram bairros inteiros.
A Resistência Islâmica no Iraque, um amálgama de milícias armadas pró-iranianas, anunciou na segunda-feira ter atacado duas bases com tropas norte-americanas no leste da Síria, na quinta ação num só dia contra instalações com pessoal norte-americano em território sírio.
O grupo disse em comunicado que atacou com drones as bases dos campos petrolíferos de Al Omar e Al Shaddadi, sem fornecer mais pormenores sobre a operação, a quinta do género num só dia.
Até ao momento, nem os Estados Unidos nem a coligação internacional fizeram qualquer declaração sobre estas ações, que surgem depois de as milícias iraquianas terem avisado, nas últimas semanas, que atacariam bases americanas na região se a escalada militar de Israel contra Gaza não parasse.
O Reino Unido vai aumentar a ajuda humanitária a Gaza para 20 milhões de libras (cerca de 23 milhões de euros), anunciou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, esta segunda-feira.
"Já nos comprometemos a fornecer 10 milhões de libras adicionais (cerca de 11,5 milhões de euros) em ajuda aos civis de Gaza. Posso anunciar que iremos mais longe. Vamos fornecer 20 milhões de libras adicionais em ajuda humanitária a Gaza", declarou Rishi Sunak ao Parlamento britânico.
Cerca de quatro mil palestinianos de Gaza que trabalham em Israel foram detidos nas duas últimas semanas, desconhecendo-se o seu paradeiro e os motivos da detenção. Hoje, seis grupos de defesa dos direitos humanos israelitas apresentaram uma petição ao Supremo Tribunal para exigir a Israel a revelação dos "nomes e localização de todos os detidos", bem como "a libertação dos ilegalmente detidos na Cisjordânia".
Cerca de 18.500 pessoas da Faixa de Gaza - desde 2007 controlada pelo Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - tinham autorizações de trabalho em Israel, mas as autoridades israelitas revogaram-nas após o ataque surpresa do Hamas.
Mais de 300 pessoas foram detidas em França por "atos ou ameaças antissemitas" desde o ataque do Hamas a Israel, a 07 de outubro, revelou hoje o Governo francês. "A plataforma Pharos, que recolhe e trata as denúncias de conteúdos de ódio na internet, recebeu mais de 4.000 alertas, mais de 300 foram transmitidos à justiça para que os autores sejam encontrados e punidos", revelou a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, em declarações aos deputados no Parlamento em Paris, durante um debate sobre a situação internacional.
Os Estados Unidos defenderam hoje que qualquer cessar-fogo em Gaza decretado por Israel beneficiaria o movimento islamita palestiniano Hamas, numa altura em que os apelos para uma trégua humanitária se avolumam.
Um cessar-fogo "daria ao Hamas a oportunidade de descansar, reequipar-se e preparar-se para continuar a lançar ataques terroristas contra Israel", disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. "Pode entender-se perfeitamente por que esta situação é intolerável para Israel, como seria para qualquer país que sofreu um ataque terrorista tão brutal e continua a ver a ameaça do terrorismo na sua fronteira", observou.
Anteriormente, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse que os líderes dos 27 poderiam apoiar um apelo a uma "pausa humanitária" para encorajar a chegada de ajuda à Faixa de Gaza, sitiada pelo exército israelita.
O braço armado do grupo palestiniano Hamas libertou hoje mais dois reféns de Gaza, na sequência de um processo de mediação entre o Catar e o Egito, por "razões de saúde e humanitárias", anunciou o porta-voz Abu Obaida, numa nota publicada no Telegram. Os cidadãos são Nurit Yitzhak e Yocheved Lifshitz.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, disse hoje que o Exército se prepara para a próxima etapa na Faixa de Gaza, confirmando que consistirá numa "operação multilateral por terra, mar e ar". Gallant visitou a base naval de Ashdod, no sul de Israel, onde avaliou a situação das operações navais e percorreu a costa da fronteira sul de Israel ao lado do comandante da Marinha, vice-almirante David Saar Salama.
O ministro da Defesa israelita garantiu que as Forças Armadas estão a "preparar cuidadosamente o próximo passo, uma operação multilateral no ar, na terra e no mar" em Gaza para eliminar o grupo islamita Hamas. "Continuem a preparar-se para a nossa operação, que chegará em breve. Estamos a preparar minuciosamente o próximo passo: uma operação multilateral por via aérea, terrestre e marítima. Façam o seu trabalho, preparem-se. Precisaremos de vocês", disse Gallant, na mensagem aos soldados.
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Brasil, Lula da Silva, defenderam hoje, em conversa telefónica, um cessar-fogo rápido e a livre entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. "Foi expressada a importância de um cessar-fogo rápido, da retirada de cidadãos estrangeiros da Faixa de Gaza e da garantia de entrada livre de ajuda humanitária no enclave", informou o Kremlin num comunicado.
Putin e Lula abordaram a cooperação entre os dois países para adotar "medidas eficazes para desescalar a crise" na ONU, "sem demora", de acordo com o comunicado, que refere que o objetivo deste "trabalho comum" é promover o processo de paz a fim de criar um Estado Palestiniano independente que viva em paz e segurança com Israel.
O primeiro-ministro britânico avançou hoje que uma análise realizada por especialistas britânicos da explosão no hospital Al-Ahli, em Gaza, concluiu que esta foi provavelmente causada por um míssil "lançado de dentro de Gaza em direção a Israel". "Com base no conhecimento profundo e na análise dos nossos especialistas em armamento e serviços secretos, o Governo britânico considera que a explosão foi provavelmente causada por um míssil - ou parte de um míssil - lançado de Gaza em direção a Israel", adiantou Rishi Sunak, numa declaração no parlamento.
Centenas de cidadãos estrangeiros foram mortos, feridos ou raptados, desde a ofensiva lançada pelo grupo islamista palestino Hamas contra Israel. Segundo o balanço da AFP, as autoridades de ambas as partes confirmaram a morte de cerca de 200 cidadãos estrangeiros, incluindo muitos que também tinham nacionalidade israelita.
O Hamas tomou como reféns mais de 200 cidadãos israelitas, estrangeiros, ou pessoas com dupla nacionalidade, no dia 7 de outubro, de acordo com o balanço mais recente do governo de Israel.
Até ao momento conhece-se a morte de quatro pessoas de nacionalidade portuguesa e israelita, sendo que outras quatro continuam desaparecidas.
As autoridades israelitas ativaram hoje alertas perto da fronteira com a Faixa de Gaza devido a uma alegada "intrusão aérea" do grupo islamita Hamas, que reconheceu ter lançado dois drones contra Israel. "Foram ativados alertas devido a uma intrusão aérea nas áreas de Nir Oz e Ein Hashur. Os detalhes estão a ser investigados", afirmou o exército israelita, numa mensagem divulgada na rede social X (anterior Twitter). Não há informação sobre vítimas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que Portugal apoia o apelo da União Europeia (UE), que deverá ser endossado pelos líderes europeus, para uma pausa humanitária na Faixa de Gaza, embora preferisse um pedido de cessar-fogo humanitário.
"Nós preferíamos um cessar-fogo humanitário, mas evidentemente, quando se trabalha a 27 [Estados-membros], naturalmente há sempre concessões por parte de todos, nunca há uma formulação em que um país seja 100% satisfeito [...], mas nós ficamos muito satisfeitos em que possa haver um entendimento da União Europeia sobre um tema tão importante, tão candente, tão imediato e que afirma o interesse e a vontade da UE ser um ator coerente nesta importante crise internacional", declarou João Gomes Cravinho.
O Crescente Vermelho Palestiniano denunciou hoje que estão a ocorrer "repetidos e violentos" bombardeamentos israelitas perto do Hospital al-Quds, na cidade de Gaza. Antes, o organismo tinha alertado que as forças israelitas ameaçavam atacar o hospital, que abriga milhares de deslocados, incluindo mulheres e crianças.
Cerca de 20 mil pessoas foram forçadas a abandonar as casas no sul do Líbano na sequência de ataques entre o movimento xiita Hezbollah e as forças israelitas, segundo dados divulgados esta segunda-feira pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A OIM reporta que, nas semanas recentes, os incidentes na fronteira libanesa têm sido constantes e que, até sábado, registou mais de 19.600 pessoas deslocadas. A agência que integra o sistema da ONU precisou que os deslocamentos estão a aumentar a um ritmo de 2000 pessoas por dia.
Em apenas uma semana, o número de deslocados na fronteira entre o Líbano e Israel aumentou para cerca de 14 mil, mas não apenas na parte sul do Líbano, uma vez que alguns dos deslocados estão a optar por ir para áreas mais a norte, como a capital do país, Beirute.
O movimento xiita libanês Hezbollah (pró-iraniano) evitou, até à data, abrir uma nova frente de guerra formal contra Israel, enquanto o Exército libanês não respondeu até agora a quaisquer ataques lançados do outro lado da fronteira.
A ministra da Justiça prometeu esta segunda-feira a "máxima rapidez" na análise do pedido de nacionalidade portuguesa por parte de um israelita refém do movimento islamita Hamas.
A confiança dos cidadãos israelitas no seu Governo encontra-se no nível mais baixo dos últimos 20 anos, segundo uma sondagem divulgada esta segunda-feira.
Depois do início da guerra com o Hamas, só 20,5% dos israelitas inquiridos afirma continuar a confiar no Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para gerir a atual crise. De acordo com a sondagem, realizada pelo Instituto da Democracia de Israel, só 20,5% dos israelitas judeus e 7,5% dos israelitas árabes expressaram confiança no executivo liderado por Netanyahu, considerado o mais à direita da história de Israel. Em junho, estes grupos populacionais tinham manifestado um apoio de 28% e 18%, respetivamente.
Quanto à hipótese de o Governo israelita negociar com o Hamas para obter a libertação dos reféns, 17,5% dos inquiridos consideram que se deve negociar já, embora tal implique suspender os combates; 32% sustentam que se deve negociar apesar de se estar a combater; 14% pensam que só se pode negociar no final da guerra; e 23,5% são de opinião de que não se deve negociar em caso algum.
Por outro lado, a sondagem mostra a confusão e a divisão existentes na sociedade israelita sobre se o Governo tem um plano de ação claro para as próximas fases da guerra. Apenas 8% dos inquiridos expressaram total certeza de que o Governo dispõe de um plano de ação concreto; 35% disseram pensar que existe um plano; 15% sustentaram que não existe qualquer plano; e 32% têm dúvidas sobre a sua existência.
O primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Shtayyeh, acusou esta segunda-feira líderes ocidentais de darem "uma licença para matar" a Israel, depois de Estados Unidos e outros países se terem abstido de apelar ao fim dos ataques em Gaza. "Condenamos as posições que constituem uma licença para matar e oferecem [a Israel] cobertura política para cometer massacres e semear a destruição em Gaza", disse Shtayyeh ao abrir uma reunião do Governo palestiniano em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
O executivo de Shtayyeh não tem poder na Faixa de Gaza, um território com 2,3 milhões de habitantes controlado desde 2007 pelo grupo islamita Hamas, qualificado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia. "O que ouvimos da boca dos dirigentes da ocupação [Israel] sobre os preparativos para uma invasão terrestre significa mais crimes, atrocidades e deslocações forçadas", disse Shtayyeh, citado pela agência francesa AFP.
O Ministério da Saúde de Gaza, dirigido pelo Hamas, afirmou esta segunda-feira que pelo menos 5087 pessoas, incluindo 2055 crianças, foram mortas no enclave palestiniano sitiado desde que Israel lançou a sua campanha de bombardeamento, há mais de duas semanas. Pelo menos 15.273 pessoas ficaram feridas desde 7 de outubro, acrescentou o Governo do Hamas.
Do lado israelita, Telavive fala em 1400 pessoas que foram mortas a tiro, esfaqueadas ou queimadas pelos militantes islamistas.
"O Hezbollah não entrará imediatamente na guerra quando a invasão terrestre tiver lugar. O Hamas diz que pode resistir durante meses e que não haverá reação do Hezbollah ou de qualquer organização regional no início da invasão", disse o ministro libanês das Relações Exteriores, Abdullah Bou Habib, numa entrevista à rede independente MTV Líbano.
"A primeira posição do Hezbollah", caso a situação não piore, é "a não-intervenção", disse. O governo libanês "não tem qualquer controlo sobre eles", embora "haja sempre diálogo".
"Ouvimos o que os israelitas dizem todos os dias sobre o Líbano. O Hezbollah não diz nada. Claro que há palavras dos seus líderes, mas o sr. Hassan [Nasrallah] ainda não disse nada. Não creio que ele queira a guerra", afirmou.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, concordaram no domingo que a Faixa de Gaza deve continuar a receber "um fluxo contínuo" de ajuda humanitária, anunciou a Casa Branca.
Depois que um segundo comboio de camiões ter entrado em Gaza a partir do Egito, Biden e Netanyahu afirmaram, após uma conversa telefónica, que “haverá, a partir de agora, um fluxo contínuo para Gaza dessa assistência crucial” para a população palestiniana.
Reveja aqui os principais momentos do conflito no dia de domingo.
O porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, indicou que as autoridades conseguiram, até agora, confirmar o rapto de 222 pessoas, incluindo soldados capturados durante a ofensiva do Hamas, cujas famílias foram notificadas.
Da mesma forma, o número de soldados mortos durante o ataque do grupo islamita aumentou para 308, segundo um comunicado publicado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).
O Egito proibiu, esta segunda-feira, o acesso dos meios de comunicação à passagem de Rafah, que liga este país à Faixa de Gaza, com exceção da televisão estatal egípcia, após fragmentos de um projétil de Israel terem atingido guardas de fronteira.
As equipas de meios de comunicação que viajavam de Al-Arish, capital do norte do Sinai, para Rafah tiveram de voltar no primeiro posto de controlo do exército, dos quatro existentes, para chegar a Rafah, que fica a uma distância de cerca de 65 quilómetros, de acordo com a agência de notícias EFE.
O norte da Península do Sinai é uma zona militarizada e o acesso a estrangeiros e aos meios de comunicação foi proibido durante anos devido à campanha contraterrorista a grupos extremistas na região, predominantemente desértica, incluindo o ramo egípcio do grupo Estado Islâmico (EI).
Dado o início da emergência devido à guerra entre Israel e o grupo Hamas, jornalistas credenciados no Egito solicitaram autorização para aceder àquela zona, embora até agora não a tenham ainda conseguido.
Apenas jornalistas que viajaram em aviões de ajuda humanitária de diferentes países ou da ONU, bem como redes de televisão egípcias ligadas ao Governo e fotógrafos residentes no norte do Sinai conseguiram aceder àquela área.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hussein Amirabdolahian, garantiu ao líder do braço político do grupo islamita Hamas, Ismail Haniye, e ao secretário-geral da Jihad Islâmica, Ziad al Najala, apoio às milícias palestinianas no conflito com Israel.
"A resistência é forte do lado da Palestina. A estrutura política e de segurança do regime israelita ruiu e só a sua máquina de guerra funciona contra os civis", afirmou o chefe da diplomacia iraniana na rede social X (antigo-Twitter).
Anteriormente, Amirabdolahian teve uma conversa telefónica com o seu homólogo egípcio, Samé Shukri. "O objetivo final do falso e ocupador regime israelita é a migração forçada dos residentes de Gaza e da Cisjordânia para a região do Sinai no Egito e partes da Jordânia", disse ao seu homólogo egípcio, segundo um comunicado.
"Na verdade, Telavive está a tentar estabelecer um Estado palestiniano, mas fora do território histórico dos palestinianos. Mas a resistência tem sido o principal obstáculo à realização dos perturbados sonhos dos sionistas", acrescentou.
Um terceiro comboio de ajuda humanitária entrou, esta segunda-feira, na Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito, noticiou a agência francesa AFP.
O primeiro carregamento de ajuda, transportada em 20 camiões, entrou na Faixa de Gaza no sábado, a que se seguiu um segundo comboio de 17 camiões no domingo.
A ONU voltou a alertar que o principal centro hospitalar de Gaza, o Hospital Shifa, está "à beira do colapso", assim como outras estruturas de saúde, devido à falta de eletricidade, medicamentos, equipamentos e pessoal.
De acordo com o relatório diário do escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, o Hospital Shifa trata atualmente cerca de cinco mil pacientes, quando a sua capacidade é de 700, aos quais se somam 45 mil pessoas deslocadas internamente abrigadas nas instalações.
"Um grande número de pacientes é tratado no terreno, pois não há camas suficientes", é referido no relatório, no qual é lembrado que os 17 hospitais existentes no norte da Faixa de Gaza, zona que Israel ordenou evacuar, continuam a funcionar devido ao risco que muitos pacientes correriam se fossem transferidos.
As Nações Unidas recordam ainda que 16 profissionais de saúde morreram, além de 29 funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), o principal organismo de ajuda humanitária que ainda pode trabalhar em Gaza.
Israel voltou a atacar nas últimas horas alvos da milícia xiita Hezbollah no sul do Líbano, de onde continuam os lançamentos de foguetes e mísseis antitanque através da fronteira, disse um porta-voz militar israelita.
"Durante a noite, as Forças de Defesa de Israel (IDF) atacaram uma célula terrorista em território libanês, bem como um posto de lançamento de mísseis antitanque", declarou o porta-voz, citado pela agência espanhola EFE.
A "célula terrorista" planeava lançar um míssil antitanque contra a cidade israelita de Shlomi, que se encontra entre as mais de 40 comunidades do norte de Israel que foram evacuadas por razões de segurança, alegou o porta-voz.
"É importante que a UE se mantenha unida em torno do princípio de apoio à ajuda humanitária para a população de Gaza, proteção de inocentes em Gaza e, naturalmente, também a libertação de reféns [por parte do Hamas]. Por outro lado, neste Conselho, vamos também falar da Ucrânia porque é fundamental que esta guerra da Rússia contra a Ucrânia não seja esquecida devido aos acontecimentos no Médio Oriente", declarou João Gomes Cravinho.
Falando à chegada à reunião dos chefes da diplomacia da UE, no Luxemburgo, o ministro português da tutela assinalou: "Há também outras crises, como entre a Arménia e o Azerbaijão, que merecem a nossa atenção, mas sobretudo é preciso impedir que Putin seja um vencedor da crise em Gaza".
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O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, apelou esta segunda-feira a uma maior rapidez na entrega de ajuda a Gaza e disse que os 27 Estados-membros da UE estavam a debater a possibilidade de pedir uma "pausa humanitária" na ofensiva de Israel contra o Hamas.
"O que é importante é mais, mais rápido e, em particular, que sejam fornecidas as coisas básicas para que o abastecimento de água e eletricidade seja restabelecido", afirmou Josep Borrell, antes de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.
"No primeiro dia, foi permitida a entrada de 20 camiões. Ontem outros 20. Mas em alturas normais, sem guerra, entrariam em Gaza 100 camiões por dia. É óbvio que 20 não é suficiente", sustentou Josep Borrell. "[Os camiões] têm de entrar e levar as coisas de que são desesperadamente necessitam, em particular combustível, necessário para a dessalinização da água", completou.
Os ministros, incluindo João Gomes Cravinho, reúnem-se, esta segunda-feira, no Luxemburgo, para fazer uma avaliação do apoio prestado à Ucrânia e discutir diversos desafios do atual panorama geopolítico, com a tensão no Médio Oriente também em agenda.
Os ataques israelitas durante a noite na Faixa de Gaza causaram a morte de mais de 60 pessoas, informaram as autoridades do Hamas, esta segunda-feira.
Segundo um comunicado do gabinete de imprensa do governo do Hamas, "mais de 60 pessoas foram martirizadas nos ataques (israelitas)" durante a noite, incluindo 17 que foram mortas num único ataque que atingiu uma casa em Jabaliya, no norte de Gaza.
China está a encarar a situação em Gaza com "grande preocupação" e considerou que existe risco crescente de ocorrer um conflito em grande escala, através da expansão para as fronteiras vizinhas.
Citado pela televisão estatal chinesa CCTV, o enviado especial de Pequim para o Médio Oriente, Zhai Jun, que se encontra em visita à região, alertou para a possível propagação do conflito a nível regional e internacional, especialmente ao longo das fronteiras do Líbano e da Síria, o que está a criar um quadro preocupante.
Durante a Cimeira da Paz do Cairo, no sábado, Zhai exortou a comunidade internacional a estar "altamente vigilante" sobre a situação e a tomar medidas imediatas para garantir o cumprimento rigoroso do Direito humanitário internacional.