O Papa Francisco decretou a "demissão do estado clerical" do padre Frederico Marcos da Cunha, 31 anos após a condenação pelo homicídio de um jovem escuteiro de 15 anos, no Caniçal, ilha da Madeira.
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O processo foi espoletado pela Diocese do Funchal, que pediu ao Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, em abril de 2023, "instruções sobre o modo de proceder" neste caso, porque, "apesar de há muitos anos o seu nome não constar do elenco dos sacerdotes da Diocese nem exercer nela qualquer ministério, de facto nunca tinha existido qualquer processo canónico a propósito dos actos de que era acusado", explica aquela diocese, num comunicado divulgado nesta quinta-feira.
A resposta chegou ao Funchal a 16 de fevereiro, com a informação de que o Papa decretou a "demissão do estado clerical" do padre Frederico e o dispensou do dever do celibato. "Uma vez que o paradeiro do Senhor Frederico Cunha é desconhecido, o Dicastério para a Doutrina da Fé mandou que se tornasse pública a decisão do Santo Padre no Site Oficial da Diocese, o que agora se realiza", explica ainda o mesmo texto.
Em 1993, Frederico Cunha, padre de nacionalidade brasileira, foi condenado a 13 anos de prisão por homicídio. O Tribunal do Funchal deu como provado que atirou, de uma falésia, um jovem de 15 anos com quem manteria um relacionamento amoroso.
Cinco anos depois, aproveitou uma saída precária, foi de carro até Madrid, Espanha, onde apanhou um avião com destino ao Brasil. Hoje em dia, vive com a mãe num prédio de luxo no Rio de Janeiro.