"Bombardeamento intencional": países condenam ataque israelita a campo de refugiados
O Egito condenou, esta segunda-feira, o "bombardeamento intencional" de Israel contra um campo de refugiados em Rafah, na Faixa de Gaza. De acordo com as autoridades palestinianas morreram pelo menos 50 pessoas.
Corpo do artigo
O ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio emitiu um comunicado apelando a Israel para "implementar as medidas ordenadas pelo Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) relativas à cessação imediata das operações militares" em Rafah.
O Parlamento da Liga Árabe, composta por 22 Estados, afirmou num comunicado que "as posições dos países que apoiam a entidade ocupante (Israel), liderada pelos Estados Unidos, são a principal razão pela qual continuam a cometer mais crimes e massacres, incluindo em Rafah, onde provocou dezenas de mártires e feridos, nomeadamente crianças e mulheres". "O facto de não responsabilizarem a entidade ocupante pelos seus crimes e massacres (...), e de não tomar medidas dissuasivas contra essa, faz com que continue a matar e a destruir", afirmou a nota da Liga Árabe.
A Jordânia também condenou o "massacre de Rafah" e o seu Ministério dos Negócios Estrangeiros instou a comunidade internacional a "tomar medidas imediatas e eficazes" e a "forçar Israel a assumir a responsabilidade pelas suas práticas e a ser responsabilizado pelas suas ações".
A Turquia prometeu que fará "tudo o que for possível" para responsabilizar o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e outras autoridades de Israel pelos ataques a Rafah, no sul da Faixa de Gaza. "Enquanto Turquia, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para chamar à responsabilidade estes bárbaros e assassinos que nada têm a ver com a humanidade", afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Este massacre, que teve lugar depois de o Tribunal Internacional de Justiça [TIJ] ter exigido o fim dos ataques, revelou mais uma vez a face cruel e traiçoeira do Estado terrorista", afirmou Erdogan. "Tal como Hitler, Milosevic [presidente da antiga Jugoslávia], Karadzic [líder sérvio da Bósnia] e outros faraós da História que admiram, não poderão evitar ser amaldiçoados", acrescentou.
O presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou-se "indignado" com o ataque lançado pelas forças israelitas contra um campo de deslocados palestinianos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e condenou a ausência de "zonas seguras" para os civis. "Indignado com os ataques israelitas que mataram muitas pessoas deslocadas em Rafah. Estas operações têm de acabar", afirmou o chefe de Estado francês, numa mensagem publicada na sua conta da rede social X. Macron sublinhou que "não há zonas seguras em Rafah para os civis palestinianos" e apelou ao "pleno respeito pelo Direito internacional" e a "um cessar-fogo imediato".
Pelo menos 50 pessoas morreram e há um número indeterminado de feridos num ataque israelita lançado no domingo numa zona humanitária perto de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, segundo o Governo do Hamas.
Na rede social X, o Crescente Vermelho palestiniano revelou que transportou um "número elevado" de pessoas atingidas pelo ataque de Israel que teve como alvo um centro de deslocados palestinianos, numa zona considerada humanitária.
O Governo do Hamas, o movimento islamista palestiniano, fala em pelo menos trinta mortos resultantes deste ataque, numa área onde estão a viver 100 mil deslocados.
Israel lançou este mês uma operação terrestre em Rafah, que já levou o Tribunal Internacional de Justiça a ordenar a suspensão de imediato da ofensiva no sul da Faixa de Gaza.