João Maia é técnico de elevadores e, na altura do apagão que atingiu o país, nesta segunda-feira, correu para resgatar um utente de um lar na zona da Areosa, no Porto, que ficara encarcerado no elevador da instituição.
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“Foi graças a uma chamada do chefe, às 11.30 horas”, que João Maia não entrou num elevador que logo de seguida iria parar a meio da viagem, por falta de energia, deixando-o encarcerado. Mas a sorte não foi só dele, que é técnico de elevadores da empresa Pinto & Cruz e acabaria, uma hora depois, por resgatar, em poucos minutos, um utente de um lar na zona da Areosa que ficara retido no elevador da instituição.
“O senhor ficou preso às 11.32 horas, e terá sido uma sorte alguém do lar conseguir falar com a empresa”, uma vez que o apagão provocou fortes condicionamentos nas telecomunicações. Ao receber o alerta do chefe, que “conseguiu ligar às 12.15 horas”, dizendo que utente com deficiência estava retido no elevador, que ficara “a meio do piso”, João Maia arrancou de imediato da estação de serviço da A4, em Águas Santas, na Maia, onde fora abastecer a viatura, e ao meio-dia e meia estava a desbloquear a porta do ascensor.
“Tive de ir ao piso de cima para aceder à caixa do elevador e abrir a porta manualmente. Não havia luz, e estive a segurar na lanterna com uma mão e a desbloquear a porta do elevador com a outra”, descreve João Maia, lembrando que, devido à falta de telecomunicações, “o senhor ainda esteve encarcerado durante uma hora”. Apesar do tempo que esteve retido no elevador, o utente do lar “estava calmo e deu um aperto de mão no final”. “Foi uma vitória”, orgulha-se o técnico de elevadores, contando que também foi possível ir tranquilizando o homem através de “uma frincha que os funcionários do lar conseguiram abrir na porta, que prenderam com uma muleta”.