Israel iniciou uma ofensiva militar a 13 de junho contra o Irão, desencadeando um novo conflito militar no Médio Oriente. Teerão não se rende. Jerusalém quer acabar com a ameaça das armas nucleares iranianas. Grupo de 48 portugueses foi repatriado de Israel. Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos do conflito.
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O “USS Gerald Ford” vai zarpar para a Europa na próxima semana, anunciou um oficial da Marinha norte-americana citado pela agência France Presse (AFP), e será o terceiro porta-aviões dos Estados Unidos destacado para o Médio Oriente.
As Forças Armadas norte-americanas realizaram vários exercícios na última semana, desde o início da guerra desencadeada em 13 de junho por Israel, um aliado de Washington, contra o Irão.
O “Gerald Ford”, o mais recente porta-aviões norte-americano, vai deixar a base naval de Norfolk, na costa leste dos Estados Unidos, "na manhã de 24 de junho, para uma deslocação previamente agendada" para a Europa, segundo o oficial da Marinha citado pela agência de notícias AFP.
A Agência de Notícias de Activistas de Direitos Humanos (HRANA), organização não-governamental sediada nos Estados Unidos, estimou na sexta-feira o número de vítimas dos ataques israelitas ao Irão em pelo menos 657 mortos e mais de dois mil feridos.
Citando notícias e as suas próprias fontes, a HRANA calcula que nos ataques iniciados há uma semana morreram pelo menos 263 civis, incluindo mais de 20 crianças, 164 militares e outras 230 pessoas de estatuto desconhecido, em todo o país.
Até sexta-feira, mais de dois mil pessoas ficaram feridas nos bombardeamentos, acrescentou a organização de defesa dos direitos humanos, fundada no Irão em 2005 e posteriormente baseada nos Estados Unidos.
O último número oficial das autoridades iranianas, datado de 15 de junho, apontou para pelo menos 224 mortes, incluindo comandantes militares, cientistas nucleares e civis. Israel estima, por seu lado, que os ataques iranianos já fizeram pelo menos 24 mortos e 1.217 feridos, 12 em estado grave.
A Organização das Nações Unidas defendeu o trabalho da Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA), depois de o chefe da Organização da Energia Atómica do Irão (OEAI), Mohamad Eslami, ter ameaçado processar o seu presidente, Rafael Grossi.
“Tem o conhecimento e a experiência para lidar com estes problemas, com frequência em situações muito difíceis. Já vimos o trabalho feito em Zaporigia (Ucrânia), em plena zona de guerra, a procurar manter a segurança de uma central nuclear”, disse o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric.
Acentuou ainda, em conferência de imprensa, que “as agências da ONU não existem só por si. (…) São um reflexo da vontade coletiva dos membros desta organização, às quais se deve permitir realizar o seu trabalho”.
A reação de Dujarric segue-se às críticas de Eslami a Grossi pela sua “inação” perante os ataques israelitas às instalações nucleares iranianas, depois de Israel ter bombardeado o reator de água pesada em Arak, no oeste de Irão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita estimou que a capacidade do Irão para desenvolver uma bomba nuclear foi "adiada em pelo menos dois ou três anos", após os ataques por Israel a centenas de instalações militares e nucleares.
Numa entrevista ao jornal alemão Bild, a publicar no sábado, o ministro Gideon Saar afirma que o resultado da ofensiva israelita, desencadeada há uma semana, é "muito significativo" no sentido de impedir a República Islâmica de se tornar numa potência nuclear. "Creio que, de acordo com a avaliação que nos foi dada, já atrasámos em pelo menos dois ou três anos a capacidade do Irão para desenvolver uma bomba nuclear", afirmou o chefa da diplomacia israelita.
Alegando que o Irão estava prestes a desenvolver uma bomba atómica, Israel lançou um ataque aéreo maciço e sem precedentes contra o seu principal rival regional no dia 13 de junho, atingindo centenas de instalações militares e nucleares e matando os principais oficiais militares e cientistas nucleares do país. "O facto de termos eliminado estas pessoas que lideravam e impulsionavam o desenvolvimento de armas dentro do programa nuclear é extremamente importante", disse Gideon Saar.
O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que poderá decidir se os Estados Unidos intervirão diretamente na guerra Irão e Israel antes de expirar o prazo de duas semanas, e desvalorizou os esforços diplomáticos europeus.
Depois de na quinta-feira ter dado duas semanas a Teerão para negociar antes de decidir sobre uma possível intervenção militar norte-americana ao lado de Israel, Trump disse que este prazo era um "máximo", e que poderá tomar a sua decisão antes.
Questionado sobre a possibilidade de os iranianos exigirem o fim dos ataques israelitas como pré-requisito para qualquer negociação, Trump disse que tal é "muito difícil”. "Quando alguém está a ganhar, é um pouco mais difícil do que quando alguém está a perder", acrescentou.
Ainda à chegada a Morristown, Nova Jérsia, Trump afirmou que os europeus seriam inúteis na resolução da guerra entre o Irão e Israel. "O Irão não quer falar com a Europa. Querem falar connosco. A Europa não poderá ajudar nesta questão", declarou o presidente norte-americano.
O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou hoje que esta organização da ONU pode garantir, através de um sistema de inspeções "incontestáveis", que o Irão não poderá desenvolver armas nucleares.
"Uma solução diplomática é possível se houver vontade política. Elementos de um acordo foram discutidos. A AIEA pode garantir, através de um sistema de inspeções incontestáveis, que armas nucleares não serão desenvolvidas no Irão", afirmou Rafael Grossi, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para abordar o conflito entre Israel e o Irão, iniciado há uma semana.
Na mesma intervenção, Grossi indicou que os ataques israelitas que visaram instalações nucleares no Irão causaram uma forte degradação da segurança nuclear no país.
Após uma semana desde que Israel atacou o Irão e Teerão retaliou Telavive, as discussões diplomáticas marcaram esta sexta-feira. Em Genebra, chefes da diplomacia europeus reuniram-se com o homólogo iraniano e pediram o regresso do diálogo. Em Nova Iorque, o Conselho de Segurança discutiu a situação no Médio Oriente. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão esteve reunido por três horas com os chefes da diplomacia da União Europeia, da Alemanha, da França, do Reino Unido e, ao sair do encontro, frisou que “está pronto para considerar a diplomacia mais uma vez – assim que a agressão for interrompida e o agressor for responsabilizado pelos crimes cometidos”.
O Governo norte-americano adotou hoje novas sanções para impedir Teerão de obter componentes úteis para a sua indústria de defesa, em pleno conflito entre o Irão e Israel. Oito organizações e uma pessoa foram sancionadas "pelo seu envolvimento na aquisição e transbordo de equipamento sensível para a indústria de defesa iraniana", de acordo com um comunicado do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
Um terremoto de magnitude 5,1 atingiu o norte do Irão, informou o Serviço Geológico dos EUA, numa altura em que Israel atacava o país com ondas de ataques aéreos. O terremoto ocorreu a uma profundidade de 10 quilômetros (seis milhas), cerca de 37 quilómetros a sudoeste da cidade de Semnan.
O Governo iraniano manifestou disponibilidade para voltar ao diálogo sobre o seu programa nuclear se Israel cessar os seus ataques, após um encontro em Genebra, na Suíça, com as diplomacias britânica, francesa e alemã.
"Somos a favor da continuidade das discussões com o E3 [Alemanha, França e Reino Unido] e a União Europeia", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano aos jornalistas no final da reunião com os seus homólogos europeus.
Abbas Araghchi afirmou que o seu país “está pronto para considerar a diplomacia assim que a agressão cessar e o agressor for levado à justiça", referindo-se a Israel, que iniciou bombardeamentos em grande escala contra a República Islâmica em 13 de junho.
Várias explosões foram ouvidas em Teerão, por volta das 20.45 horas locais, relatou um jornalista da agência de notícias France-Presse (AFP). Ocorreram poucos minutos depois de a agência iraniana Fars ter informado que as defesas aéreas haviam sido ativadas no centro da capital.
Uma rixa em frente à Embaixada do Irão em Londres culminou com a detenção de oito homens, tendo duas pessoas ficado feridas, afirmou um porta-voz da Polícia Metropolitana de Londres (Met Police).
A polícia da capital britânica acorreu a meio da manhã a Princes Gate, onde se situa a missão diplomática iraniana, onde decorria uma manifestação antirregime, disse à EFE um porta-voz das forças de segurança. Os confrontos, adiantou, envolveram manifestantes pró e antirregime e, ao contrário de relatos de alguns meios de comunicação britânicos, não houve "qualquer ligação" com Israel.
Na sequência do incidente, a polícia impôs uma proibição de protestos na zona, junto ao Hyde Park, até ao meio-dia de domingo, dia 22.
Sete homens foram detidos e levados sob custódia policial, e um oitavo foi mais tarde levado por violar a proibição de protestos, de acordo com o porta-voz da Met Police.
Dois homens foram tratados no local a ferimentos e levados para o hospital pelo Serviço de Ambulâncias de Londres, adiantou a mesma fonte.
Os EUA garantiram na ONU que "não é tarde demais" para o Irão fazer "o que está certo" e abandonar completamente o seu programa de enriquecimento nuclear e as aspirações de obter uma arma dessa tipologia.
"Não é tarde demais para o Governo do Irão fazer o que está certo. O presidente [norte-americano, Donald] Trump deixou claro nos últimos dias que a liderança do Irão deve abandonar completamente o seu programa de enriquecimento nuclear e todas as aspirações de obter uma arma nuclear", frisou a embaixadora interina norte-americana junto da ONU, Dorothy Shea.
Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU focada no conflito entre Israel e o Irão, iniciado há uma semana, a diplomata norte-americana afirmou que Teerão representa há muito tempo uma ameaça constante à paz e à segurança dos seus países vizinhos e do mundo inteiro, recorrendo a apelos à "destruição de Israel e à 'morte da América'”.
Shea acusou ainda o regime iraniano de ter sido "uma força ideológica e material" do ataque do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. "Já chega. (...). Embora os EUA não tenham estado envolvidos nos ataques de Israel, não há dúvidas de que os EUA continuam a apoiar Israel e as suas ações contra as ambições nucleares do Irão", reforçou.
A embaixadora insistiu que o mundo não pode ignorar "que o Irão tem tudo o que precisa para obter uma arma nuclear", faltando apenas uma "decisão do seu líder supremo [Ali Khamenei]".
O chefe do Estado-Maior do Exército israelita, Eyal Zamir, disse que Israel deve preparar-se para uma "campanha prolongada" contra o Irão, avisando a população de que poderá enfrentar "dias difíceis".
"Lançamos a campanha mais complexa da nossa história (...). Devemos estar preparados para uma campanha prolongada", disse o tenente-general Eyal Zamir numa mensagem de vídeo dirigida aos "cidadãos de Israel". “Apesar do progresso significativo, esperam-nos dias difíceis. Estamos a preparar-nos para muitas eventualidades”, acrescentou o chefe do Estado-Maior israelita.
Um cidadão europeu identificado como espião foi detido no Irão, revelou a agência de notícias iraniana Tasnim, no oitavo dia da guerra entre a República Islâmica e Israel.
"Um cidadão europeu que queria espiar zonas sensíveis do país" foi detido no sudoeste do Irão, referiu a Tasnim, sem especificar a sua nacionalidade ou a data da detenção. "Tinha visitado o país como turista na altura do ataque brutal do regime sionista", acrescentou a Tasnim, referindo-se aos ataques de Israel.
O Governo espanhol retirou de Israel 199 pessoas de várias nacionalidades, incluindo portugueses, através da Jordânia, e outras 40 do Irão, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.
As 199 pessoas retiradas de Israel viajaram em cinco autocarros desde Telavive e de Jerusalém até à Jordânia, a partir de onde vão ser levadas para a base aérea de Torrejón de Ardoz, na zona de Madrid, num voo das Forças Armadas espanholas.
Neste grupo de 199 pessoas, que quiseram sair de Israel por causa da escalada de tensão entre este país e o Irão, há 176 espanhóis e 23 de outras nacionalidades (Canadá, Chile, Croácia, Estados Unidos, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Israel, Nicarágua e Portugal), segundo fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha, que não deram mais detalhes.
Por outro lado, o Governo espanhol retirou também um grupo de 40 pessoas do Irão, na quinta-feira, todas de nacionalidade espanhola, que saíram do país por via terrestre, cruzando a fronteira com a Arménia, disse o mesmo ministério.
Um dos Boeing E-4 da Força Aérea norte-americana fez esta semana uma escala numa base perto de Washington, o que fez equacionar se, com a escalada de tensão com o Irão, estará relacionada com um ataque àquele país.
O Governo do Irão descreveu a ofensiva militar israelita como “uma traição" ao processo diplomático com os Estados Unidos, numa intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"Fomos atacados no meio de um processo diplomático. Devíamos reunir-nos com os norte-americanos no dia 15 de junho para elaborar um acordo muito promissor", declarou Abbas Araghchi, pouco antes do seu encontro com os seus homólogos francês, britânico e alemão num hotel em Genebra, na Suíça.
Alegando que o Irão estava prestes a adquirir uma bomba atómica, Israel lançou vagas de bombardeamentos aéreos em grande escala contra a República Islâmica em 13 de junho, o que desencadeou uma sequência de ataques cruzados nos dois países desde então.
O secretário-geral da ONU pediu que seja dada uma "oportunidade à paz" no conflito entre Israel e o Irão, frisando que a direção tomada pelas partes poderá moldar não só o destino das nações, como da humanidade.
"Já não estamos a caminhar em direção à crise - estamos a correr em direção a ela", alertou António Guterres perante os últimos acontecimentos, numa intervenção durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para abordar o conflito israelo-iraniano.
"Há momentos em que as escolhas que temos diante de nós não são apenas consequentes, são definidoras. Momentos em que a direção tomada irá moldar não só o destino das nações, mas potencialmente o nosso futuro coletivo. Este é um desses momentos", sublinhou.
Três paramédicos foram mortos num ataque israelita a uma ambulância em Teerão, informou esta sexta-feira o Governo iraniano, que se referiu a um "assassínio deliberado" e uma violação do direito internacional humanitário.
"Em mais uma flagrante violação do direito internacional humanitário, o regime sionista atacou uma ambulância em Teerão, matando três profissionais de saúde civis. Trata-se de um assassínio deliberado", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ismail Baghaei.
De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde do Irão, Hossein Kermanpour, Israel atacou na última madrugada três hospitais, um dos quais na capital, seis ambulâncias e um centro de saúde. Os três paramédicos juntam-se aos quatro profissionais de saúde que o ministério iraniano tinha registado até à noite passada como mortos nos ataques.
Milhares de pessoas manifestaram-se esta sexta-feira na capital iraniana com retratos de comandantes mortos desde o início da guerra com Israel, em 13 de junho, enquanto outros agitavam bandeiras iranianas e do Hezbollah libanês.
Na faixa de um manifestante lia-se “Sacrificarei a minha vida pelo meu líder”, em referência ao líder supremo da República Islâmica do Irão, Ayatollah Ali Khamenei.
Segundo a televisão iraniana, outras manifestações ocorreram em várias cidades do país, incluindo Tabriz, no noroeste do Irão, e Shiraz, no sul.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou na sexta-feira a todas as partes para que "deem uma hipótese à paz" no conflito Irão-Israel, alertando que a violência pode escalar.
"Para as partes em conflito — as potenciais partes em conflito — e para o Conselho de Segurança, como representante da comunidade internacional, tenho uma mensagem simples e clara: deem uma hipótese à paz", disse Guterres, numa referência velada aos Estados Unidos, que consideram intervir militarmente para apoiar Israel.
Numa sessão do Conselho de Segurança sobre a guerra, Guterres disse: "Não estamos a caminhar em direção à crise — estamos a correr na sua direção".
"Não estamos a testemunhar incidentes isolados — estamos a caminho de um caos potencial". "A expansão deste conflito pode acender um fogo que ninguém pode controlar. Não devemos deixar que isso aconteça", reiterou Guterres.
A Suíça anunciou esta sexta-feira que vai fechar temporariamente a sua embaixada no Irão. "Tendo em conta a intensidade das operações militares no Irão e da situação altamente instável no local, o Departamento Federal de Relações Externas decidiu fechar temporariamente a embaixada suíça em Teerão", afirmou a entidade num comunicado.
O presidente turco afirmou hoje que a ofensiva militar iniciada a 13 de junho por Israel no Irão, que retaliou lançando centenas de mísseis e drones sobre território israelita, pode desencadear uma vaga de migração para a Europa.
Recep Tayyip Erdogan transmitiu, em conversa telefónica, ao chanceler alemão, Friedrich Merz, que “a espiral de violência desencadeada pelos ataques israelitas [ao Irão]” põe em perigo a região e a Europa, em termos de potencial migração e fugas nucleares”, indicou a presidência da Turquia num comunicado divulgado na sua conta da rede social X.
O chefe de Estado turco sublinhou que “a mesa de negociações é a única forma de resolver as divergências nucleares com o Irão” e acrescentou que “o conflito iniciado pelo ataque de Israel ao Irão elevou ao nível máximo a ameaça à segurança regional”.
O Irão disparou uma nova salva de mísseis contra Israel esta sexta-feira, informou a televisão estatal. O apresentador do noticiário descreveu “imagens no céu sobre os territórios ocupados (Israel) de mísseis iranianos a chegar”, enquanto o canal transmitia as imagens com música militar a tocar em fundo.
Em Israel, o exército indicou que as sirenes soaram em todo o país depois de terem sido disparados mísseis do Irão.
“Há pouco tempo, soaram as sirenes em várias zonas de Israel, na sequência da identificação de mísseis lançados do Irão em direção ao Estado de Israel”, declarou o exército em comunicado.
França, Alemanha e Reino Unido vão apresentar hoje em Genebra uma “proposta de negociação global” ao Irão, incluindo questões nucleares, atividades balísticas e o financiamento de grupos terroristas na região, anunciou o Presidente francês.
“É absolutamente essencial dar prioridade a um regresso a negociações substantivas”, afirmou Emmanuel Macron aos jornalistas à margem do Festival Aéreo de Paris, em Le Bourget, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky acusou hoje a Rússia de tentar salvar o programa de armamento nuclear iraniano, depois de Moscovo ter condenado os ataques israelitas às centrais nucleares iranianas.
Zelensky defendeu num discurso transmitido hoje pela televisão ucraniana que não há outra forma de interpretar os sinais demonstrados pela Rússia e pela atividade que Moscovo "mantém nos bastidores".
O presidente ucraniano acrescentou que a Rússia está a tentar intervir na crise do Médio Oriente porque "um dos cúmplices" está a perder a capacidade de exportar a guerra, referindo-se ao Irão.
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, excluiu esta sexta-feira qualquer negociação com os Estados Unidos enquanto Israel continuar a atacar o Irão.
Em declarações transmitidas pela televisão estatal iraniana, Abbas Araghchi reconheceu que os Estados Unidos enviaram repetidamente mensagens a apelar às negociações.
Mesmo assim, o Irão manifestou que enquanto a agressão não parar, não vai "haver espaço" para a diplomacia e para o diálogo.
O ministro israelita da Defesa, Israel Katz, ameaçou diretamente o secretário-geral do grupo xiita libanês Hezbollah, Naim Qasem, que se pronunciou sobre o conflito israelo-iraniano.
Naim Qasem, dirigente do Hezbollah (Partido de Deus), disse que o grupo armado libanês apoiado pelo Irão vai atuar "como entender" para responder ao que considerou uma brutal agressão de Israel e dos Estados Unidos contra Teerão.
Em comunicado, o ministro da Defesa israelita disse que Israel "perdeu a paciência" com os "terroristas" que fazem ameaças. Segundo o governante, Qasem “não está a aprender a lição dos seus antecessores e ameaça agir contra Israel seguindo instruções do ditador iraniano”.
Israel matou o antecessor de Qasem, Hassan Nasrala, durante um bombardeamento ocorrido no dia 27 de setembro do ano passado.
Israel repatriou esta sexta-feira por via marítima mais de 1500 israelitas retidos no estrangeiro devido ao encerramento do espaço aéreo do país desde o início da guerra com o Irão.
Um navio que transportou os israelitas do porto de Limassol, em Chipre, atracou no porto de Ashdod pelas 4 horas locais (2 horas em Portugal continental), disse o exército israelita num comunicado.
A operação, chamada “Regresso Seguro”, foi organizada pelo Ministério dos Transportes, acrescentou o exército, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
“No contexto do conflito em curso entre Israel e Irão, nomeadamente no que diz respeito aos riscos potenciais associados às escalas nos portos israelitas e às implicações que daí decorrem para a segurança das tripulações dos nossos navios, tomámos a decisão de suspender temporariamente as escalas no porto de Haifa com os navios operados pela Maersk”, avançou a empresa em comunicado.
A Maersk garantiu que não havia “perturbações adicionais” nas suas operações na região.
Em Israel, a empresa continua a servir o porto de Ashdod, no sul do país.
O Governo alemão organizou o regresso à Alemanha de 345 alemães e respetivas famílias em dois voos charter a partir de Amã, devido à guerra entre Israel e o Irão. Berlim organizou na quarta-feira um primeiro voo de Amã devido ao encerramento do espaço aéreo israelita, que impede as pessoas de saírem de Israel de avião, disse o serviço de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Um segundo voo com 174 cidadãos alemães e famílias a bordo foi realizado na quinta-feira e espera-se outro voo especial no fim de semana, referiu a mesma fonte à agência de notícias espanhola EFE.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Reino Unido vão reunir-se com o seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi, em Genebra, na Suíça, esta tarde, com o objetivo de "retomar o diálogo para chegar a um acordo sólido e sério".
"O programa nuclear do Irão é um tema que ocupa a diplomacia há 20 anos. É uma questão séria e a história mostra que a única forma de forçar um país a cumprir as suas obrigações ao abrigo do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) é através da diplomacia", afirmou o porta-voz adjunto do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês horas antes da reunião em Genebra.
Christophe Lemoine disse também que as “soluções militares não são soluções a longo prazo". No seu entendimento, a comunidade internacional "não pode arriscar operações militares que possam sair do controlo numa região que já é extremamente inflamável".
"Sim, o Irão é um país desestabilizador, e o programa nuclear e o programa de mísseis balísticos são ameaças reais, mas a ação diplomática continua a ser o caminho certo”, referiu.
O diplomata destacou que o objetivo de França é que o Irão cumpra as suas obrigações ao abrigo do TNP.
Da véspera destaque para a chegada a Portugal de um voo de repatriamento com 69 pessoas que estavam em Israel, incluindo 48 portugueses. "Não está previsto [mais nenhum voo]”, explicou o secretário de Estado das Comunidades, Emídio Sousa, que recebeu os repatriados à chegada ao aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa.
Quinta-feira foi também o dia em que um ataque do Irão causou danos num hospital em Israel e em que a Casa Branca faz saber que Teerão pode montar bomba nuclear em 15 dias e que Donald Trump decidirá sobre a intervenção dos EUA no conflito “nas próximas duas semanas”.
Recorde aqui os acontecimentos do dia de ontem.
O exército israelita anunciou esta sexta-feira que voltou a bombardear a sede da Organização de Pesquisa e Inovação em Defesa (SPND), uma agência do Ministério da Defesa iraniano encarregada de desenvolver tecnologias emergentes para fins militares.
De acordo com um comunicado militar, as forças israelitas também atacaram “dezenas” de alvos militares no Irão, incluindo várias instalações de fabrico de mísseis nos arredores de Teerão.
“Estas instalações foram desenvolvidas ao longo de muitos anos e têm funcionado como um centro industrial fundamental para o Ministério da Defesa iraniano”, refere o comunicado.
Israel já tinha bombardeado a SPND no passado domingo.
Os governos de Hong Kong e Macau aconselharam os residentes das duas regiões semiautónomas chinesas a abandonar Israel e o Irão.
Num comunicado um porta-voz do executivo de Hong Kong advertiu os habitantes a "evitarem qualquer viagem a Israel e ao Irão", justificando o apelo com a "situação de segurança altamente imprevisível" nos dois países.
Horas antes, também a Direção dos Serviços de Turismo (DST) da região vizinha de Macau pediu aos residentes para não viajarem para Israel e Irão, "tendo em conta a situação de segurança".
"Os que se encontrem naqueles países devem abandonar os territórios o mais rápido possível, garantindo a sua segurança pessoal", apelou.
Cerca de 300 cidadãos chineses foram retirados em segurança de Israel, através de postos fronteiriços com o Egito e a Jordânia, face ao agravamento do conflito entre esse país e o Irão.
De acordo com dados oficiais, até à noite de quinta-feira, cerca de 300 pessoas, na sua maioria estudantes, deixaram Israel através de passagens terrestres, uma vez que o espaço aéreo do país permanece parcialmente fechado desde o início da escalada, em 13 de junho.