O gestor da área de expansão da McDonald's Portugal que foi, esta terça-feira, constituído arguido por suspeitas de corrupção no setor privado num inquérito que envolveu buscas na Câmara de Valongo, não vai exercer funções até ao apuramento dos factos.
Corpo do artigo
Na sequência da notícia avançada na manhã desta terça-feira pelo JN, dando conta de buscas realizadas pela Polícia Judiciária do Porto na sede da multinacional, em Oeiras, na Câmara de Valongo e em residências de vários suspeitos no âmbito de um inquérito por corrupção, a McDonald's veio esclarecer que está a colaborar com a justiça.
“A McDonald’s Portugal tomou hoje conhecimento pelas autoridades competentes das suspeitas que recaem sobre a atividade de um colaborador. No âmbito deste caso, a McDonald’s Portugal está a colaborar com a Justiça e disponível para prestar todos os esclarecimentos necessários”, acrescentado que “face ao processo de investigação estar a decorrer, o colaborador não vai exercer funções até ao apuramento dos factos”.
O gestor de expansão da McDonald's Portugal está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto por suspeitas de corrupção no setor privado. O promotor imobiliário Carlos Moura Guedes, que tinha como principal cliente a McDonald's Portugal terá corrompido o gestor da área de expansão da multinacional. Do funcionário obteria informações privilegiadas sobre os projetos de novas lojas que a McDonald's viria a instalar em diversos concelhos do Norte do País, entre eles Valongo. Como contrapartida das informações sigilosas e decisões que viriam a beneficiar a empresa de Carlos Moura Guedes, o funcionário da multinacional terá recebido remessas de dinheiro, entre 2020 e 2022.
A PJ do Porto também realizou buscas na Câmara de Valongo, onde foram recolhidos documentos do gabinete do vereador Paulo Ferreira, que está sob suspeita de prevaricação. Carlos Moura Guedes, dono da Imopartner que estava a intermediar a instalação de um McDonald's em Valongo, terá comprado, através de doações ao Clube de Propaganda de Natação de Ermesinde, os favores do vereador para obter facilidades no licenciamento do restaurante.