Os militantes socialistas de Vizela, reunidos terça-feira em Assembleia Geral, decidiram que o partido não se vai apresentar às próximas eleições autárquicas no concelho. O atual presidente da Câmara, eleito em 2021 com 74% dos votos, avança como independente com listas para Câmara, Assembleia Municipal e freguesias.
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A decisão foi tomada após ficarem a saber que a provável nova direção nacional, encabeçada por José Luís Carneiro, vai manter a decisão, anteriormente tomada por Pedro Nuno Santos, de não apoiar Victor Hugo Salgado, na sequência de um processo por crime de violência doméstica que, entretanto, já foi arquivado.
O coordenador autárquico nacional do PS, André Rijo, transmitiu aos militantes socialistas vizelenses que o candidato único a secretário-geral, José Luís Carneiro, mantém a decisão do seu antecessor no cargo de não apoiar a candidatura do atual edil, Victor Hugo Salgado.
Em função deste cenário, os socialistas de Vizela decidiram – 195 votos a favor, dois contra e duas abstenções – que o partido não vai apresentar listas nas próximas eleições autárquicas. O PS fica assim de fora da corrida eleitoral num concelho onde teve uma vitória esmagadora em 2021 e que foi o único do Norte onde venceu nas últimas legislativas.
Evitar convulsão interna
Os membros das listas socialistas de Vizela transferem-se em peso para a candidatura independente de Victor Hugo Salgado. A estratégia de o partido não apresentar candidatura será para evitar uma convulsão interna como a que aconteceu em 2017, quando Victor Hugo Salgado e os seus apoiantes, também concorreram como independentes.
“O PS está todo com Victor Hugo Salgado, por isso, para que não acontecesse o problema que se verificou há alguns anos, acho que esta é a melhor solução para toda a gente. Depois, em 2029, o PS estará presente outra vez para apresentar listas”, afirmou José Armando Branco, presidente da concelhia socialista de Vizela.
O Secretariado Nacional do PS retirou o apoio a Victor Hugo Salgado na sequência de um processo que o envolvia num crime de violência doméstica que acabou por ser arquivado.
O autarca nunca chegou a ser ouvido nem constituído arguido, embora o procurador-geral, Amadeu Guerra, tenha afirmado que o processo poderia ser reaberto. Questionada sobre este tema pelo JN, a Procuradoria Geral da República ainda não respondeu. Hoje à noite, haverá uma reunião na sede nacional do PS, em Lisboa, para avaliar a decisão da concelhia vizelense.