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O F. C. Porto vai a eleições em 2024. E, aos 86 anos, se a saúde até lá não o atraiçoar, Jorge Nuno Pinto da Costa irá candidatar-se ao 17.º mandado seguido, tentando prolongar o reinado iniciado em 1982 e que já faz dele o presidente de um clube há mais tempo no cargo no futebol mundial e também o mais bem sucedido da história. E tudo aponta que Pinto da Costa voltará a ter concorrência, após ter batido José Fernando Rio e Nuno Lobo em 2020.
Desta vez, o adversário poderá ser alguém de peso no universo portista: André Villas-Boas, caso decida que é chegado o tempo de ir votos. Quando mais não seja para avaliar nas urnas o sentir da nação azul e branca quanto à possibilidade de refrescar uma liderança pautada pelo sucesso desportivo nos últimos 40 anos, tanto a nível nacional como internacional, que colocou o nome do F. C. Porto entre os tubarões do futebol a nível planetário. Mas cujos êxitos desportivos não têm sido acompanhados pelo sucesso financeiro nos últimos mandatos. De tal forma que hoje a SAD do F. C. Porto é, entre as sociedades dos três grandes, aquela que apresenta o maior passivo: 532,2 milhões de euros! Para os adeptos, mais ou menos anónimos, este é um número que preocupa. Se este caminho não for invertido, o F. C. Porto corre mesmo o risco de cair nas mãos dos credores, dos bancos, como disse André Villas-Boas em entrevista ao Expresso.
Se é chegado o momento do antigo treinador avançar para cumprir o que acredita ser uma chamada do destino, só ele saberá. O sangue azul e branco corre-lhe nas veias desde criança. É por isso que não faz sentido vandalizarem a entrada da sua casa com expressões como “traidor” e “ingrato”. Ele nunca será um traidor. E, como um dia disse Pinto da Costa, o F. C. Porto não é uma monarquia. São os sócios que escolhem. Acredito que um dia vão ajudar André Villas-Boas a cumprir o destino de presidir ao F. C. Porto. Só não sei é quando!
Editor-adjunto