Vicente Valentim, cientista político, investigador na Universidade de Oxford, explica, em entrevista ao JN, que a normalização e o crescimento eleitoral da direita radical assenta em ideias que os cidadãos já tinham em privado, mas não expressavam em público.
Corpo do artigo
“O fim da vergonha: como a direita radical se normalizou” é o título de um livro que chegará às livrarias no próximo mês. Uma obra que resulta de uma investigação à normalização da direita radical nas democracias ocidentais, conduzida por Vicente Valentim na Universidade de Oxford e que, afinal, como que antecipou o enorme crescimento do Chega nas legislativas de 10 de março.
O argumento central da sua investigação é a de que o rápido crescimento da direita radical só é possível porque as ideias que defendem esses partidos já lá estavam, ou seja, os cidadãos já as defendiam. Não foi preciso mudar de opinião, só foi preciso mudar de partido.