1. Não é uma surpresa, mas é preocupante. Elon Musk, o homem mais rico do Mundo, investiu mais de cem milhões de dólares na campanha de Trump e comprou, dessa forma, um lugar na Casa Branca. Oficialmente, será o responsável por um “departamento” cujo objetivo é tornar o Governo mais pequeno e mais eficiente. Pode parecer, mas não é uma boa ideia. Quando Trump e Musk falam em desburocratizar ou desregulamentar, o que verdadeiramente pretendem é garantir um tipo de capitalismo selvagem em que a política e os negócios se podem cruzar sem pudor.
2. Ainda a Europa não tinha digerido o regresso de Trump, e já outra crise política se anunciava: a pantanosa coligação entre sociais-democratas, verdes e liberais desfez-se e a Alemanha terá eleições em fevereiro. Isto, numa altura em que a extrema-direita ganha força eleitoral. Venceu, pela primeira vez desde o fim do regime nazi, umas eleições regionais. E as sondagens atribuem-lhe o segundo lugar a nível nacional (18%). Perante este cenário, os partidos tradicionais reagem com um pedido para ilegalizar a Alternativa para a Alemanha (AfD). Um gesto inútil, cujo único efeito prático será o de garantir o papel de mártir do sistema à extrema-direita.
3. Varisha Moradi é iraniana e curda, ativista dos direitos das mulheres, adversária política dos fascistas islâmicos que governam o país com mão de ferro e a forca sempre pronta. Foi presa há alguns meses, torturada e depois julgada, sem garantia de defesa. Há poucas semanas, protagonizou uma greve de fome, protestando contra a execução de outros ativistas políticos. Contestar a teocracia iraniana representa perigo de morte, como se confirmou. A sentença já foi comunicada: morte por enforcamento.
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