
Ronaldo não brilhou em Copenhaga
Foto: José Sena Goulão/Lusa
Dinamarca dá banho de bola a uma seleção portuguesa sem ideias. Diogo Costa evita males maiores na baliza lusa.
A primeira mão dos quartos de final da Liga das Nações mostrou a pior face da seleção portuguesa. É difícil não dar mérito à Dinamarca pela exibição que fez, esta quinta-feira, mas esperava-se muito mais de uma equipa lusa que não passou de um conjunto de jogadores sem ideias, nem capacidade para se bater com um adversário incrivelmente superior em todos os capítulos do jogo. A derrota tangencial talvez seja o melhor que Portugal pode tirar da partida, no contexto de uma eliminatória que se vai decidir já depois de amanhã, em Alvalade, mas o que se viu no Estádio Parken deixa tudo menos perspetivas animadoras para a equipa de Martínez.
No papel, partindo do princípio (muito questionável) de que não existem alternativas a Ronaldo no ataque e que Bernardo Silva não está, de facto, num bom momento , o onze que o técnico espanhol montou podia fazer sentido. O miolo foi o que meio país tinha pedido, com Vitinha e João Neves a tentar controlar a posse, Pedro Neto e Rafael Leão nas alas e os laterais Dalot e Nuno Mendes mais resguardados. O jogo viria a provar que, sem bola e pouca arte, a seleção das quinas não teve andamento para correr atrás dos insaciáveis nórdicos, muito melhores na criação ofensiva e fisicamente superiores, com Hjulmand em todo o lado.
Um erro de Diogo Costa aos três minutos criou a primeira de uma série infindável de oportunidades de golo dos anfitriões, que só pecaram na finalização. O guarda-redes português conseguiu emendar e salvar o 1-0, como tantas vezes viria a fazer no resto da partida, até num penálti defendido com classe. Pelo meio, Pedro Neto, o único português com fome de baliza, também obrigou Schmeichel a brilhar, mas a ação passou-se quase toda na outra área, onde Biereth, Lindstrom, Eriksen e Isaksen foram deixando às aranhas a defesa lusa, sempre atrasada e a cometer erros em catadupa.
O nulo ao intervalo foi um pequeno milagre e a segunda parte continuou com os dinamarqueses por cima, embora já sem o mesmo ritmo. Com Ronaldo no bolso dos centrais nórdicos, Portugal continuou a não existir na frente e as substituições de Roberto Martínez conseguiram piorar ainda o cenário. Atrás, as entradas de Nélson Semedo e Gonçalo Inácio não resolveram os problemas criados pelos dinamarqueses, bem pelo contrário, e o golo de Hojlund, que tinha saltado do banco nórdico, numa sensacional jogada de ataque, foi um prémio justíssimo (e escasso) para a equipa da casa.

