Pedro Duarte é o candidato do PSD à Câmara do Porto

Está desfeito o tabu: o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, é o candidato do PSD à Câmara do Porto, nas eleições autárquicas (ler artigo de opinião do candidato). Engrossa o painel já conhecido: Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Miguel Côrte-Real (Chega), Aníbal Pinto (Nova Direita) e os independentes Nuno Cardoso e Tino de Rans. A luta eleitoral promete, quando ainda há incógnitas. Faltam CDS/PP, IL, BE e PAN tomar as suas opções e subsiste a dúvida se Filipe Araújo, vice de Rui Moreira, avança com candidatura própria. O tempo de Moreira chega ao fim e vai abrir-se um novo ciclo, com um rosto diferente.

Pedro Duarte tinha dito que não iria candidatar-se a outro cargo político – ficou fora da lista dos candidatos às legislativas – e confessou olhar para o lugar da presidência nos Paços do Concelho como a sua “cadeira de sonho”. Oficializa o passo agora, ao JN, dizendo: “Há momentos em que somos chamados, em nome da devoção efetiva à cidade, a devolver o que a cidade nos deu [...] O meu momento de retribuição chegou [...] Faço-o com sentido de missão, entusiasmo e felicidade inédita de quem partilha um sonho antigo”.

Terceira tentativa do PS

Para o eleitorado portuense, vislumbra-se um confronto de pesos-pesados, com Pedro Duarte a medir forças com o socialista Manuel Pizarro, previsivelmente o seu grande adversário. Para Pizarro, do PS e ex-ministro da Saúde do Governo de António Costa, esta será a terceira tentativa de chegar ao trono, na Câmara. No passado dia 22 de março, teve ao seu lado Pedro Nuno Santos, numa cerimónia, em frente ao edifício camarário, onde foram apresentados todos os candidatos “rosa” no distrito. Confiante, Pizarro subiu ao palco e disse que está na corrida para “vencer”. No histórico, não se podem apagar as derrotas para Rui Moreira em 2013 e em 2021. O socialista anda em pré-campanha, tem presença regular na TV, vai estabelecendo contactos junto da sociedade civil e disso faz eco nas redes sociais.

Por parte dos outros partidos, é conhecida a candidatura de Diana Ferreira, pela CDU. Foi deputada na Assembleia da República e o rosto dos comunistas na campanha para as autárquicas de 2021 à Câmara de Gaia. A aposta do Chega recai em Miguel Côrte-Real, ex-militante do PSD. 

Nuno Cardoso, antigo autarca socialista, é mais um nome que se apresenta à liça para 2025. Está associado ao movimento “Pensar o Porto” e diz ir ao sufrágio sem temores. “Não tenho quem me assuste. O Porto merece bons candidatos”, referiu, quando Pizarro já havia iniciado o caminho para o elenco final que há de aparecer no boletim de voto. Cardoso presidiu ao município portuense, entre 1999 e 2002, em substituição de Fernando Gomes, e anos mais tarde, em 2013, perdeu nas urnas para Rui Moreira, obtendo um resultado nada lisonjeiro, ficando apenas à frente do PCTP/MRPP e do Partido Trabalhista Português.

Familiarizados com o grande público estão outros dois: o advogado Aníbal Pinto ganhou visibilidade na televisão e concorre pela Nova Direita; o calceteiro Tino de Rans lança-se a título individual, sem a alavanca do RIR (Reagir Incluir Reciclar).

Araújo e deputado do PSD discutem na assembleia

Na Assembleia Municipal do Porto, o deputado do PSD Rodrigo Passos insinuou que o vice da Câmara usa fundos comunitários indevidamente. Filipe Araújo considerou as afirmações “reles” e “sem categoria”. “Tem levado a que diversos portuenses tenham levantado dúvidas sobre a finalidade de alguns investimentos”, insistiu o social-democrata sobre a Associação Porto Digital, presidida por Filipe Araújo. “A intervenção é indecorosa. Se vem aqui prestar serviço para alguém, ponha essa pessoa a falar comigo”, disse Araújo.

Detalhes

Turismo
Quanto ao turismo, Pedro Duarte faz notar que “é preciso encontrar um equilíbrio entre quem nos visita e quem faz o Porto todos os dias”.

Saúde
“Já ocupei muitos lugares na política. Em nenhum momento esqueci que sou do Porto”, disse Pizarro, lembrando que, enquanto eurodeputado, apoiou a construção da ala pediátrica do São João.

Habitação
Para Nuno Cardoso, “os desafios [da cidade do Porto] são muitos”. Entre os mais prementes, destaca a habitação e a mobilidade como duas das prioridades. “Vimos com sentido de serviço”, adianta.