O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está sob uma grande pressão de utentes devido ao encerramento de serviços noutros hospitais e decidiu limitar a admissão de doentes de fora da sua área de intervenção e de doentes que não estejam referenciados pelo CODU, Centro de Orientação de Doentes Urgentes.
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João Gouveia, diretor da Urgência do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, pediu aos doentes que só se dirijam ao serviço em situações emergentes ou urgentes, salientando que os utentes de outras áreas não serão atendidos por falta de capacidade de resposta. "Todos os doentes críticos devem chegar pelo CODU" e para esses doentes há capacidade de resposta no hospital, refere o clínico.
"Por causa do encerramento de outros hospitais, estamos com uma afluência continua de doentes", com o serviço a ter dificuldade no escoamento dos pacientes. "É impossível o hospital responder sozinho a este problema", salientou, para explicar a ativação deste plano de contingência. O hospital recebeu mais de 700 doentes na urgência na segunda-feira passada.
Segundo João Gouveia, os profissionais de saúde e "estão ali para cumprir o seu trabalho", mas precisam que a "afluência seja regulada".
O responsável pelo serviço de urgência deixou ainda uma crítica à falta de comunicação, já que o Santa Maria tem vindo a saber do encerramentos dos serviços de outros hospitais através das ambulâncias que chegam.
No início de setembro, um grupo de profissionais enviou ao ministro da Saúde uma carta aberta com mais de mil assinaturas de médicos a avisar da sua indisponibilidade para fazerem mais horas extra a partir de 12 de setembro.
Desde então, segundo o movimento Médicos em Luta, a indisponibilidade dos médicos provocou "problemas na elaboração da escala do serviço de urgência" em pelo menos 21 hospitais, incluindo Viana do Castelo, Garcia da Orta, Bragança, Barreiro, Guarda, Viseu, Santarém, Braga, Matosinhos, Leiria, Aveiro, Caldas e Torres Vedras, Portimão e o Hospital Santa Maria.