Mostra organizada pela companhia de teatro Erva Daninha apresenta-se esta sexta-feira e sábado no Teatro Campo Alegre, no Porto.
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Três peças breves apresentadas em sequência em três espaços distintos do Teatro Campo Alegre, no Porto, formam a 7.ª edição da Mostra Estufa, programa de divulgação de projetos emergentes de circo contemporâneo organizado pela Erva Daninha com apoio da autarquia. Vasco Gomes, diretor da estrutura, serve-nos de guia neste périplo de acrobacias e mensagens.
“Voltamos ao esquema que temos seguido nas outras sete edições, que não pararam nem com a pandemia. Queremos servir de rampa a novos artistas de circo contemporâneo”, diz Gomes, que dirige desde 2006, com Julieta Guimarães, a Erva Daninha, promotora do Trengo – Festival de Circo do Porto. “O que vemos são projetos fechados, mas ainda em combustão. Alguns deles continuam o processo e expandem-se. Assistimos a partes de um espetáculo potencialmente maior”.
No primeiro momento da mostra, que ocorre na sala-estúdio do teatro, o aroma é a “Cafelina”, de Lucía Merlino, argentina radicada há vários anos em Portugal. Todo o ciclo do café é coreografado pela artista, “desde o grão ao moinho e à mistura final”, explica Gomes.
A ideia de imbricar outras disciplinas artísticas, que está no cerne da Estufa, materializa-se com a utilização do café como tinta para criar um quadro – que é pintado pelas mãos e pés de Merlino.
Segue-se, no café-teatro, o encontro entre o chileno Felipe Contreras e o português Miguel Brás, dueto de malabaristas que explora, em “Quem anda ao sol”, “a ideia de procura de harmonia dentro do conflito que caracteriza a relação entre pares”, diz o diretor da mostra.
O espetáculo expõe o virtuosismo da dupla e conta com música ao vivo.
A fechar o programa, no auditório, o quarteto de acrobatas Cirque Lambda apresenta “Chapitre 2: ainsi rugissent les fleurs [Assim rugem as flores]”. Aqui ergue-se um “mastro chinês” (tubo de ferro de seis metros) para o envolvimento de quatro corpos femininos que questionam rótulos sociais e preconceitos.
Com récitas esta sexta-feira e sábado, o espetáculo, para maiores de 12 anos, arranca às 19.30 horas.