
Investigação foi realizada pela PJ do Porto
Arquivo Global Imagens
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, em Madrid, um homem, com 38 anos, elemento de um grupo acusado de tentativa de homicídio, extorsão, tráfico de droga, posse de arma proibida e furto, na Maia e em Vila do Conde. A vítima era um comerciante, que o grupo queria obrigar a pagar uma "taxa" por cada venda que fizesse.
Segundo revela a PJ, esta terça-feira, os crimes ocorreram em 2021 e 2022 e o indivíduo foi ontem detido na sequência de uma investigação já concluída, que correu termos na Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, em articulação com a Unidade de Cooperação Internacional Europol e com as autoridades espanholas.
A investigação a este grupo, que era dotado de grande mobilidade geográfica, começou em abril de 2021, "quando um comerciante, na zona de Vila do Conde, foi abordado para pagar uma “taxa” por cada caixa de produtos têxteis que vendesse no seu estabelecimento", refere a Judiciária.
Perante a recusa, a vítima foi abordada mais duas vezes, "sendo sempre ameaçado de morte, caso não cumprisse as exigências, até que, em finais de agosto desse ano, foi violentamente agredido a soco, pontapé e com arma branca, tendo-lhe sido infligidos golpes profundos a nível torácico".
A investigação culminou, em fevereiro de 2022, com uma operação policial que permitiu localizar, numa antiga instalação fabril, na Maia, quatro estufas destinadas à produção industrial ilícita de liamba.
Estas estruturas, recordou a PJ, "estavam dotadas de um complexo sistema elétrico, com lâmpadas de aquecimento de 400W, ventoinhas, extratores de ar, filtros, vasos, sacos de terra e fertilizantes, destinados à produção e secagem, em grande escala, de produto estupefaciente".
Na altura, foram detidos seis suspeitos, já condenados a penas entre os cinco e os sete anos de prisão, e apreendidos 2.077 pés da planta canábis sativa, com o peso de 276 quilos, vários outros elementos de prova, relativos à produção e tráfico de estupefacientes, uma arma de fogo e respetivas munições, documentos de identificação, dezenas de passaportes falsos e vários milhares de euros em dinheiro.
O detido, que na altura da operação não se encontrava em Portugal, foi ouvido na autoridade judiciária competente, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.

