Corpo do artigo
Os cuidados de saúde primários são a base do Sistema Nacional de Saúde (SNS) em Portugal. São o primeiro ponto de contacto dos cidadãos com o sistema de saúde, garantindo prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças.
No contexto das eleições que se aproximam, é fundamental que o próximo Governo tenha como prioridade assegurar o acesso universal a um médico de família.
A atribuição de um médico de família a cada cidadão não é apenas uma questão de justiça social, mas também de eficiência. Está demonstrado que sistemas de saúde com uma forte rede de cuidados primários reduzem a necessidade de consultas hospitalares e internamentos evitáveis, aliviando a pressão sobre hospitais e serviços de urgência. Além disso, um acompanhamento contínuo melhora o controlo de doenças crónicas, reduzindo complicações e custos para o SNS.
Outro aspeto fundamental é a equidade no acesso à saúde. Atualmente, milhares de portugueses continuam sem médico de família, o que compromete a sua capacidade de obter cuidados adequados. Esta falha agrava desigualdades regionais e sociais, prejudicando, sobretudo, populações mais vulneráveis.
O reforço dos cuidados primários também passa por investir na carreira médica e na fixação de profissionais de saúde em todo o território, garantindo condições de trabalho atrativas. Neste sentido também é essencial apostar na modernização do setor, nomeadamente, na digitalização, na inteligência artificial e na integração dos serviços, melhorando a articulação entre diferentes níveis de cuidados.
O futuro da saúde em Portugal depende de um compromisso sólido com os cuidados primários. Um Governo que priorize esta área estará a cumprir um importante desígnio no setor da saúde e garantirá não apenas um SNS mais sustentável, mas também uma população mais saudável e bem acompanhada ao longo da vida.