A presidente da Câmara Municipal de Arouca não esconde o descontentamento sobre a alegada falta de meios humanos no combate às chamas no concelho. Confirma a destruição de parte dos passadiços, mas afirma que, neste momento, a preocupação prende-se “com as pessoas e os seus bens”.
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“Os meios que temos atualmente não resolvem o problema do combate a um incêndio desta dimensão. Precisamos de mais equipas e estávamos a contar com meios aéreos que não vieram”, afirmou, ao JN, a presidente da Câmara de Arouca.
Margarida Belém diz que estão atualmente disponíveis 119 operacionais. “As equipas e a Proteção Civil estão a fazer um bom trabalho, mas estão cansadas, porque andam desde ontem à noite no terreno”.
Para além das preocupações em Covelo, Janarde e Telhe, Canelas, Espiunca e Alvarenga, há uma nova frente de fogo que está com projeções para a Senhora da Mó e faz temer o pior, já que fica mais próxima da Vila de Arouca.
“Cada minuto conta e precisamos de mais meios. A população está a ficar preocupada. Os meios aéreos são necessários e serão um estímulo para quem está no terreno”.
Sobre os passadiços, a presidente diz que se trata de um “património valioso” e que os mesmos “foram atingidos, mas não arderam na totalidade”. “Ainda não foi possível fazer o levantamento [da zona ardida]. Se as coisas acalmarem durante a noite, amanhã iremos fazer o levantamento”, afirmou.
Sobre as próximas horas, a autarca mostra alguma incerteza, já que o vento está a mudar muito. "Confio que virão os reforços, mais meios humanos como tenho insistido”.
Não há informação de pessoas feridas ou casas ardidas, apenas alguns anexos e outros bens que poderão ter sido atingidos pelas chamas, mas que o município ainda não conseguiu aferir devidamente.
Arderam 7000 hectares de floresta
Estima-se que até ao momento tenham ardido 7000 hectares de floresta em Arouca. A zona de Ponte de Telhe (freguesia de Moldes) é a que gera maior preocupação. A descida do fogo até ao rio Paivô poder vir a abrir novas frentes de incêndio.
A última atualização da Proteção Civil de Arouca dá conta que o fogo consumiu a escadaria dos Passadiços na zona do Areinho. Deviso ao estado de alerta, “esta infraestrutura turística encontra-se encerrada desde o início da semana, o mesmo ocorrendo com a 516 Arouca – Ponte Suspensa", que não foi afetada pelas chamas.
Atualmente, estão envolvidos no combate a este incêndio 119 bombeiros de 11 corporações. Aguarda-se a chegada de meios aéreos.
Há uma nova via interdita, o CM 1227 entre Espírito Santo e Bustelo (Alvarenga), mantendo-se interditas as que já haviam sido divulgadas ao início desta manhã: EN 326-1 entre Alvarenga e corte para Castelo de Paiva; EM 510 entre Ponte de Telhe e Covelo de Paivô/Janarde; EM 505 entre Canelas e Espiunca.