Empresas atingidas pelos fogos obrigadas a despedir por atrasos nos apoios
Há quem tenha começado a despedir. Verbas para recuperar casas, estruturas municipais e apoiar agricultores estão a chegar aos lesados.
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Meio ano depois dos fogos que, em setembro, ceifaram vidas, casas, negócios e floresta nas regiões Centro e Norte do país, há quem desespere por ajuda para manter as empresas a laborar e garantir os postos de trabalho. As candidaturas para vários apoios terminam no final do mês e nem todos os lesados conseguiram ainda avançar com os pedidos junto das comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR). Hoje, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Castro Almeida, desloca-se a Mangualde, Nelas e Amarante para cerimónias que assinalam o encerramento da atribuição dos apoios.
Da Kitbanho, a fábrica de Cristina Ferreira na Zona Industrial de Talhadas, em Sever do Vouga, nada resta. O fogo passou e foi “perda total”, com os prejuízos a ascenderem aos seis milhões de euros. O seguro cobriu apenas uma “pequena parte” e a empresária diz que, até agora, recebeu “zero ajuda” dos apoios públicos prometidos. Sem apoios e sem condições para produzir (tem-se dedicado apenas à revenda), a empresa não consegue manter os postos de trabalho e já começou a despedir. Tinha cerca de 30 trabalhadores e a expectativa é que fique com “muito menos de metade”, lamenta Cristina.