Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia inaugura esta terça-feira em Lisboa novas exposições de Rui Moreira ("Transe") e Ana Leon ("Gestos"), com curadoria de João Pinharanda.
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A partir de terça-feira e até junho, o MAAT mostra duas exposições distintas – “Transe”, de Rui Moreira, e “Gestos”, de Ana Leon – com um ponto comum: o corpo como foco.
“Transe”, a primeira antológica do artista português Rui Moreira, reúne cerca de 100 desenhos e pinturas, de médio e muito grande formato, e uma escultura de grande dimensão. Com mais de 20 anos de carreira, Moreira é um dos mais relevantes artistas portugueses deste século, com obras em todos os museus nacionais de arte moderna, e curriculum internacional consolidado, destaca a curadoria do museu.
“O trabalho do Rui é muito reconhecido mas não tão conhecido. Ou seja, sabe-se que o seu trabalho é muito forte mas tem-se visto pouco, em mostras dispersas ou parcelares, expondo mais em França onde tem uma galeria”, explica ao JN o curador João Pinharanda, justificando a exposição antológica de um artista que “já merecia ser visto”.
Destaca ainda como as várias fases e linhas do seu trabalho, do mais geométrico à figuração do corpo humano e ao lado mais paisagístico (inspirado sobretudo em Marrocos) estarão representadas, o seu fascínio pelo mirandês e pelo nordeste transmontano expressos.
De Ana Leon, “Gestos” leva-nos a conhecer uma artista que se revelou em Portugal nos anos 1980, estabelecendo-se em Paris. Ponto particular de interesse é a criação em paralelo de desenhos e filmes, usando tecnologia analógica, com película e uma máquina de filmar Super 8, para realizar animação em “stop motion”, onde, a partir de imagens captadas uma a uma, recria o movimento sequencial dos corpos.
Recentemente passou a usar bonecos articulados e, segundo Pinharanda, fá-lo da forma mais neutra possível, “fazendo com eles um teatro, uma coreografia”.
Para o curador João Pinharanda, estes dois artistas “estão separados no tempo, usam meios diferentes, mas a ideia de que o corpo é central no trabalho é idêntica”.