Caução de 180 mil euros para casal suspeito de liderar rede de mão de obra ilegal
O Tribunal de Instrução Criminal do Porto aplicou, esta terça-feira à noite, uma caução de 180 mil euros ao casal de Barcelos suspeito de liderar uma rede de mão de obra ilegal que empregou cerca de 300 pessoas.
Corpo do artigo
Aos outros três detidos da operação do SEF, o juiz também aplicou a prestação de cauções e a proibição de contactos como medida de coação.
A rede é suspeita de angariar mão de obra ilegal no Brasil, África e América do Sul para os colocar a trabalhar em obras de construção civil em França e Espanha. O casal, residente em Fornelos, recrutava cidadãos oriundos do Brasil, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e ainda de países da América do Sul. Os trabalhadores seriam recrutados por angariadores de mão de obra e chegavam a Portugal com visto de turismo, apesar de terem como destino o trabalho nas obras em França ou Espanha.
Para contornar a legislação laboral, a rede fornecia documentos contrafeitos aos imigrantes, que estes mostravam em caso de fiscalização das autoridades espanholas ou francesas. Também eram fornecidos cartões de identidade profissional falsificados. Estes documentos levaram a que os imigrantes ilegais, ou em vias de legalização, fossem colocados a laborar, através de uma empresa de trabalho temporário controlada pela rede, em obras públicas francesas, quer de câmaras municipais, quer do Estado. Os trabalhadores aceitariam receber salários reduzidos, o que multiplicava os lucros da rede.
Na casa do casal, em Barcelos, o SEF e a PJ encontraram perto de meio milhão de euros em notas. Além do dinheiro, foram apreendidos três veículos da marca Porsche e dois Mercedes de gama alta.