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Vai André Villas-Boas despedir Martín Anselmi ou dar ao argentino a oportunidade de começar uma época de início no Dragão. Quando escrevi este texto, ainda não havia uma decisão. Compreendo o dilema do presidente dos dragões. Despedir Anselmi significa a chegada de um terceiro treinador em pouco mais de um ano de presidência, deitar ao lixo os últimos seis meses de trabalho, que incidiram na construção (ou tentativa) de um novo paradigma em termos táticos, e ter de recomeçar tudo de novo a pouco mais de um mês do início da época. Mas qualquer que seja a decisão, é urgente que André Villas-Boas tome uma. Prolongar esta indefinição fragiliza-o e ao treinador. Seja ele Anselmi ou outro que venha a seguir.
Chegados aqui, espero que a avaliação ao treinador não se centre só no Mundial de Clubes, disputado em condições extremas e com os jogadores no limite físico. Que a análise abranja tudo o que fez até agora e que se tente perceber se há luz no fundo do túnel que é o “processo” do argentino. Se consegue, com os jogadores que tem, passar da teoria (que é virtuosa) à prática o que defende. Se consegue, insisto, com os jogadores que tem, erradicar, ou minimizar, os erros primários, quase infantis, que têm ditado derrotas. Faça Villas-Boas o que fizer, sei que será por entender ser o melhor para o F. C. Porto. E não para calar as críticas daqueles que nunca lhe perdoarão ter batido Pinto da Costa nas urnas e dos que só o atacam porque acabou com privilégios e negociatas milionárias.
*Editor-adjunto