Dia Nacional do Arquiteto
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Designar um dia como “dia nacional” pode ser entendido de múltiplas formas, desde mera operação de promoção e divulgação de um tema, de uma atividade, de uma personalidade ou de um assunto até à sinalização generalizada da importância e valorização dos mesmos na sociedade e vida de todos nós. Também pode ser entendido como reconhecimento dos efeitos e resultados, conquistas e benfeitorias alcançadas ou simples homenagem.
Ao evocarmos um dia, que é nacional, não estamos apenas a comemorar, estamos também a comprometermo-nos e a lutar por aquilo que acreditamos e que merece ser destacado, estamos a aproveitar uma oportunidade para sensibilizar os cidadãos para a importância de algo (a arquitetura) nas suas vidas.
O “dia nacional do arquiteto” é, assim, oportunidade única que devemos aproveitar, viver e rentabilizar: única porque permite festejar a excelência e a qualidade de tanto que o arquiteto português é capaz de produzir; única porque permite ganhar visibilização expressiva para assinalar e sinalizar o quanto há a fazer para melhor e mais justamente dotar esse mesmo
arquiteto das condições certas para o exercício pleno da arquitetura.
É convicção de que a arquitetura – enquanto cerne da vida do arquiteto – é maior do que uma expressão artística ou atividade económica, é mais do que domínio criativo ou realidade profissional, é supra “iluminados e distintos artífices do desenho e da construção”. É convicção e certeza de que a arquitetura (e o seu protagonista mor) é parte integrante de uma resposta social a uma exigência e a um direito de uma vida cada vez melhor! É síntese e cultura, é causa e efeito que urge, continuadamente, cuidar e acarinhar.
Utilizar este dia para valorizar, publicitar, evidenciar a excelência da produção arquitetónica portuguesa e o arrojo de tantos arquitetos em experimentar e conquistar projetos e obras por esse mundo fora; o saber e a experiência acumuladas do arquiteto e do seu papel estruturante na melhoria e qualidade territorial do país; a necessidade de, continuadamente, trabalhar para melhorar e regular as condições de trabalho e remuneração de uma classe profissional que, anualmente, cresce como poucas (existem aproximadamente 29900 arquitetos, dos quais mais de 22000 em atividade), sinalizar a premência na estabilização do quadro legal aplicável ao exercício profissional e a uniformização de procedimentos e regras administrativas, a indispensabilidade do contributo do
arquiteto nas matérias importantes e determinantes do país e a singularidade da sua visão e perspetiva, é também o propósito deste momento.
Por isso, é dia reforçar o Arquiteto enquanto pessoa e profissional que acrescenta e valoriza, que adiciona e nada deixa indiferente… porque em tudo potencia uma oportunidade de melhor pensar, projetar, construir, transformar e disponibilizar.
É convicção de que os problemas se resolvem na reserva da relação entre as partes, na serenidade do diálogo e no equilíbrio do compromisso. E que devemos aproveitar todos os momentos e motivos de festa para celebrar e homenagear. Não se esconde nem se escamoteia os problemas, as dificuldades e as inibições – antes pelo contrário, luta-se diariamente para os mitigar e vencer – mas, de tantos nos focarmos nesses problemas, dificuldades e inibições, corremos o risco do esquecimento do quanto de bom e de excelência temos, do quanto é merecido e justificado sublinhar e reforçar essa qualidade e essa singularidade para que sirva de tónico e exemplo para todos continuarem a construir qualidade, para que seja fonte de energia para perseguir e eliminar a negatividade tantas vezes instalada, para que desempenhe pedagogia e sinalize cultura, formação e informação, para que
seja prova viva do quanto de bom a arquitetura oferece a todos nós e ao território que habitamos!