O Instituto Politécnico de Leiria entregou uma proposta ao Ministério da Educação para transformar a instituição na Universidade de Leiria e Oeste. O objetivo é expandir a oferta formativa, aumentar a competitividade e acrescentar valor ao país.
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O pedido para transformar a instituição numa universidade foi formalizado, após ter sido aprovado pelo Conselho Geral da Instituição, e já foi enviado ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação.
O presidente do Politécnico de Leiria garante que a instituição "supera os requisitos legais para se constituir como universidade, posicionando-se como uma instituição de Ensino Superior plenamente capacitada para assumir este estatuto" e relembra que a proposta tem como base uma "trajetória de mais de quatro décadas dedicadas à excelência académica, à investigação aplicada e ao impacto socioeconómico".
"Não apenas cumpre a lei, como responde a uma necessidade estratégica nacional: criar uma universidade pública de excelência, que se projeta a partir do território que ocupa para todo o país e alinhada com as prioridades da Europa", afirma Carlos Rabadão.
Requisitos para a criação de universidade
A criação de uma universidade exige o cumprimento de requisitos mínimos, definidos no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior no âmbito das seguintes dimensões: oferta formativa, corpo docente, infraestruturas, atividades de ensino e investigação e participação em unidades de I&D. Segundo o presidente, a instituição "não só satisfaz integralmente estes critérios, como os ultrapassa em múltiplos indicadores".
Atualmente, o Politécnico de Leiria tem 46 licenciaturas, 58 mestrados e quatro programas doutorais. Em dezembro de 2024, a instituição contava com 531 docentes com o grau de doutor e 30 investigadores, correspondendo a um doutor por 23,9 estudantes e 85,7% de docentes e investigadores com grau de doutor em tempo integral, ultrapassando a exigência legal e garantindo massa crítica para a realização de investigação avançada.
Um dos objetivos de transformar a instituição numa universidade é expandir e diversificar a oferta formativa. Assim como, reforçar o contributo para avanços na ciência e na tecnologia através da investigação, da inovação e transferência de conhecimento. Além disso, a proposta entregue ao Ministério da Educação visa aumentar a competitividade e acrescentar valor ao país, "alicerçada pelo peso económico e populacional do território de Leiria e Oeste, e pelos impactos gerados no desenvolvimento socioeconómico através da atração e retenção de talento", sublinha o Politécnico.
"Torna-se evidente que a transformação do Politécnico de Leiria em Universidade representa um passo estratégico no desenvolvimento institucional, que considero fulcral para alavancar o papel do Politécnico de Leiria como agente de inovação e motor de desenvolvimento sustentável e instrumento de coesão territorial. Esta transformação constitui uma evolução disruptiva no domínio institucional, com fortes impactos positivos no desenvolvimento socioeconómico e na competitividade do território e do país", conclui o presidente Carlos Rabadão.
Avaliação das unidades de investigação
Das 15 Unidades de Investigação & Desenvolvimento (I&D), associadas ao Instituto Politécnico de Leiria, oito alcançaram a classificação "Excelente", cinco a classificação "Muito Bom" e duas obtiveram a avaliação de "Bom"", segundo os dados divulgados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, na semana passada.
"Estes resultados vieram confirmar que o Politécnico de Leiria já opera no domínio universitário e legitimam a nossa aspiração em nos transformarmos em Universidade. Além de reforçar o nosso compromisso com a criação e partilha de conhecimento, e de incrementar a apresentação de novos projetos ao nível da investigação, estas avaliações abrem novas oportunidades para alargarmos a oferta formativa de programas doutorais", afirma.
A instituição apresenta investigação orientada para desafios societais, como são exemplos os 66 projetos de I&D em execução em 2024, dos quais 21 internacionais. Ao nível da transferência de conhecimento, destaca-se a concessão de 26 patentes entre 2022 e 2024 e a forte ligação com as empresas regionais.
A instituição dispõe, ainda, de cinco campus com mais de 130 laboratórios especializados, quatro bibliotecas e residências com capacidade para cerca de 1300 estudantes.