Trabalhadores da fábrica de calçado Limac sem acesso ao subsídio de desemprego
Os mais de 20 trabalhadores da fábrica de calçado "Limac", em Arrifana, Santa Maria da Feira, continuam sem poder recorrer ao subsídio de desemprego depois de terem rescindido o contrato de trabalho, alegando falta de pagamento de salários. A empresa diz que não há atrasos que justifiquem a quebra do vínculo.
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Os trabalhadores continuam à espera da necessária documentação para poderem recorrer ao subsídio de desemprego. O JN apurou que foram emitidos documentos pela empresa, mas que os mesmos não estavam de acordo com o pretendido pelos trabalhadores, não permitindo, por isso, o acesso ao desejado subsídio.
Já depois da emissão desses documentos, a Limac foi contactada pela Autoridade para as Condições do Trabalho, solicitando a emissão de novos documentos, agora em conformidade com os parâmetros necessários.
A administração já enviou a nova documentação aos trabalhadores. Contudo, não é certo que os mesmos permitam, desta vez, o acesso ao subsídio de desemprego.
O impasse deve-se ao facto de a empresa continuar a considerar que não houve justa causa para a rescisão dos contratos e que os trabalhadores abandonaram indevidamente os seus postos de trabalho, denunciando unilateralmente o respetivo contrato.
De acordo com fonte da Limac, ao JN, permanecem por pagar 60% do subsídio de Natal e uma parte do ordenado de janeiro.
A empresa alega que a saída, que considera injustificada, destes trabalhadores, agravou ainda mais a sua situação financeira, podendo “tornar insuportável a continuação da mesma por falta de trabalhadores”.
"A empresa mantém um total espírito de colaboração, como sempre esteve, cumprindo as regras de acordo com a lei", afirmou a Limac.
Em comunicado, o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal, Márcio Correia, pediu uma “intervenção urgente por parte das autoridades locais e do Governo para garantir que os direitos destes trabalhadores sejam protegidos”.
O candidato propõe a criação de um gabinete de apoio para trabalhadores/empresários em risco no caso de encerramento de empresas, assegurando acompanhamento jurídico e social.