Desde 1 de agosto que a Polícia Municipal do Porto conta com mais 17 agentes na Polícia Municipal do Porto, um número que claramente "não chega", disse na manhã desta segunda-feira o presidente do Município, Rui Moreira.
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Na apresentação do projeto "Policiamento comunitário", em que vão ser colocados agentes municipais ainda mais próximos da população, nomedamente das escolas, dos séniores e dos sem-abrigo, que decorreu no Mercado do Bolhão, o autarca voltou a alertar que "é preciso investir mais na vigilância e na defesa da comunidade". E sublinhou que o reforço destes novos agentes municipais "é claramente insuficiente para os atuais desafios de segurança urbana e rodoviária do Porto".
São cerca de 200 os efetivos que a Polícia Municipal do Porto tem atualmente, mas Rui Moreira admite que o concelho necessita do dobro. "Este assunto tem sido alvo de promessas, foi alvo de uma reunião minha com a ministra da Administração Interna, mas, mais do que promessas, gostaríamos de ter empenho", reforçou o presidente de Câmara, admitindo que gostaria de ter "300 efetivos até ao fim do ano, início do próximo".
Rui Moreira vincou que "a cidade do Porto tem vindo a ser confrontada com alguns episódios de insegurança", acrescentando que "as reclamações diárias indicam um agravamento dos furtos na via pública, da violência juvenil nas zonas de diversão noturna, do tráfico e consumo de droga no espaço público e até dos crimes de ódio contra imigrantes".
Mesmo tendo o compromisso do atual Governo de que este reforço "acontecerá em breve", Moreira referiu que "a maior ajuda" passa por "fornecer as polícias municipais" que foram prometidas. "A segunda ajuda que precisamos é que, quando o Município investe em videovigilância, articulado com a PSP, que depois não tenhamos de guardar as câmaras durante meses nos caixotes, porque a PSP, a Comissão Nacional de Proteção de Dados e o ministério da Administração Interna não resolvem o problema. Já a terceira coisa que precisamos é que haja mais agentes da PSP".
Pólo da Polícia a Norte
Rui Moreira lembra que que o Município "não pode contratar" os agentes da Polícia Municipal, tendo de "os ir buscar à PSP". "Se a manta da PSP é curta, compreenderão que a manta das Polícias Municipais também o é, sendo preciso avançar com a formação de novos polícias". Nesse sentido, e tendo em conta que "só temos uma escola de polícias em Portugal, em Torres Vedras, quando a maior parte das pessoas que querem ser polícias são do Norte, seria interessante, por exemplo ter um pólo da Polícia aqui em cima, que não tem de ser no Porto. Podia ser em Famalicão, podia ser em Braga, podia ser em Paredes. Isto são matérias que têm de ser vistas pelo Governo", admitiu.
Matilde desenhou Jeco
Nas ações do projeto "Policiamento Comunitário", junto das crianças passará a andar Jeco, o cão do Porto. A nova mascote da Polícia Municipal do Porto foi desenhada por Matilde, de 16 anos, residente em Gaia, filha de Bruno Canedo, agente da Polícia Municipal, que esta segunda-feira, juntamente com a mulher, Orquídea, não escondia "o orgulho" pelo feito da jovem.
"A ideia partiu da Matilde, que me entregou a mascote desenhada num postal e limitei-me a ser veículo transmissor que o fez chegar ao comandante da Polícia Municipal do Porto, António Leitão da Silva, que aderiu de imediato". A aluna de Ciências ainda não sabe que profissão quer seguir, mas desabafou orglhosa: "Ficou exatamente como imaginava". Mas desengane-se quem pensa que a inspiração foi a série infantil "Patrulha Pata". "Imaginei o Jeco como uma figura simpática que melhor pode passar a informação necessária aos mais pequeninos", contou Matilde.