Família solidária acolheu mãe e filha que viviam aterrorizadas por vizinhos em Ermesinde
A onda de solidariedade que se gerou em torno de Andreia Pereira e da filha menor, que vivem há cinco anos aterrorizadas pelos vizinhos, em Ermesinde, Valongo, já permitiu à família encontrar uma solução de alojamento provisória enquanto não têm uma nova habitação.
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Depois da denúncia da situação em que viviam e sem condições de segurança para regressar à casa onde residiam desde 2019, devido às ameaças de que têm sido alvo por parte dos vizinhos de etnia cigana, Andreia e a filha, de 13 anos, foram acolhidas por uma família que quis ajudá-las. Deverão ficar alojadas provisoriamente até que a mulher, de 45 anos e reformada por invalidez, consiga encontrar uma habitação cuja renda possa pagar com os 600 euros da pensão que recebe.
“Faltam dois meses para a menina acabar o ano letivo, e acho muito injusto andarmos fugidas”, diz Andreia Pereira, contando que vive há cinco anos sem sossego, à mercê do intenso ruído provocado pelos vizinhos do rés do chão, e está há oito meses sem água em casa, porque a mesma família fez dois desvios do contador.
Estatuto de vítima
Entretanto, decorre uma campanha para a angariação de fundos que permitam a Andreia Pereira arrendar um imóvel, pelo menos até que a filha consiga concluir o ano letivo, e os interessados em ajudar podem fazer donativos para a conta com o NIB 0045 1404 40239905782 73 ou através da plataforma GoFundMe, selecionando a causa “Doe para ajudar esta família a ter uma casa digna”.
“Parece que roubei e matei, para andar a fugir. E é muito difícil, para uma criança, pegar nos seus pertences e fugir de casa. Nós não somos criminosas”, indigna-se a mulher, contando que, por causa das ameaças e coações de que vem sendo alvo por parte dos vizinhos, já teve direito ao estatuto de vítima, emitido pela PSP no passado mês de dezembro.
A Câmara de Valongo esclarece que Andreia Pereira está inscrita para atribuição de habitação em regime de arrendamento apoiado, e sublinha que “este realojamento é prioritário e será realizado logo que haja disponível habitação com a tipologia adequada”.
Também para ajudar a família, foram marcadas duas vigílias: uma vai decorrer nesta quarta-feira, por iniciativa do partido Alternativa Democrática Nacional (ADN), de Joana Amaral Dias, e a outra na sexta-feira, 25 de Abril, que será apartidária e terá lugar no Parque Urbano de Ermesinde, a partir das 18 horas.