Rui Tavares: "Passos Coelho está a branquear aspetos políticos da extrema-direita"
Rui Tavares, porta-voz do Livre, em campanha eleitoral, em Matosinhos, esta manhã, não se inibiu de comentar o que Passos Coelho foi fazer no comício da AD ao lado de Montenegro: "Clarificou a direita do medo e cada vez mais radicalizada".
Corpo do artigo
"Não temos medo de aparições e muito menos de fantasmas", atirou Rui Tavares, esta manhã, onde fazia campanha pelo Livre, no CEiiA, em Matosinhos, para aludir à presença de Pedro Passos Coelho, ontem, em Faro, no comício da AD ao lado de Luís Montenegro.
"Passos Coelho veio clarificar uma coisa, afinal, na lógica dele não há uma direita democrática e uma direita que esteja excluída , existe só uma direira cada vez mais radicalizada, no plano da política do medo, do plano social, disse Rui Tavares, lembrando que foi Passos Coelho, antigo primeiro-ministro, para quem "fez sentido ir além da Troika, o discurso dominante não era que Portugal estava preso numa armadilha de salários baixos, que aquilo que hoje em dia toda a gente reconhece. O principal problema de Portugal é ter salários baixos, precisamos de salários altos.
"O tempo de Passos Coelho fazia sentido salários baixos, nós defendemos que temos de ter um salário mínimo ancorado no salário mínimo espanhol", disse aos jornalistas.
Rui Tavares acusou ainda Pedro Passos Coelho de ignorância, ao misturar questões de segurança com imigração.
"Os dados são muito claros: Portugal é dos países mais seguros do mundo", afirmou. "É indesculpável um antigo primeiro-ministro dizer na mesma frase imigração e segurança", salientou, adiantando que "é mais fácil encontrar gente com cadastro, suspeita de crimes, alguns deles violentos, nas listas de certos partidos políticos nestas eleições do que entre os imigrantes. A taxa é certamente mais alta e alguém deveria fazer essas contas".
"Passos Coelho está a branquear aspetos políticos da extrema-direita", sintetizou.
Direita tem que esclarecer
"Ontem [segunda-feira] questionei a IL e a AD se votariam a favor de uma moção de rejeição apresentada pelo Chega a um governo apoiado pela esquerda. Acontece que tanto Luís Montenegro como Rui Rocha não conseguiram responder a esta pergunta muito simples", partilhou aos jornalistas Rui Tavares, pedindo aos dois partidos para que "joguem limpo" e para que "não haja surpresas a 11 de março".
"Se as pessoas votarem com o conhecimento de causa, o voto é legítimo e do nosso lado será respeitado, gostemos ou não gostemos. Agora, outra coisa é haver aqui esconderijos e depois no dia 11 [de março] dizerem que afinal votam com a extrema-direita para mandar abaixo um governo de esquerda", acrescentou.