A Associação de Lojistas, Músicos e Artistas (ALMA) do Stop, no Porto, anunciou esta quinta-feira que, após reunião com a Câmara, o edifício "não será encerrado para já". A Associação Cultural de Músicos (ACM) do Stop também esteve presente. "Foi uma boa notícia", disse ao JN o presidente da ACM, Rui Guerra.
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Estava marcada para 22 de setembro, por ordem da Câmara do Porto, a saída de todos os músicos e lojistas que ocupam atualmente o centro comercial Stop, na Rua do Heroísmo, no Porto. Mas esta quinta-feira, véspera do "despejo", como assim lhe chamam os artistas, da manifestação convocada pelos músicos, e "após uma reunião" no Município, a ALMA Stop "anuncia que o centro comercial não será encerrado para já". A ACM também esteve presente no encontro.
De acordo com o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, em causa está a dificuldade em contactar o administrador do condomínio. Ao que o JN conseguiu apurar, o representante terá sido notificado esta quinta-feira, correndo um novo prazo de dez dias úteis para cumprimento do despacho emitido pelo Município. Até lá, uma equipa do Regimento de Sapadores Bombeiros vai manter-se à porta do edifício.
O autarca mostrou-se ainda disponível em organizar um "crowdfunding" através da realização de concertos solidários que possam ajudar a pagar as obras de reabilitação que o edifício precisa.
Manifestação mantém-se
O não encerramento do centro comercial foi partilhado nas redes sociais da Alma Stop, apelando à "calma" e ao "não abandono" dos espaços por quem os utiliza, estando convocado um encontro entre "todos os inquilinos e utilizadores" para esta noite, às 21 horas, "em frente ao cinema". Ainda assim, mantém-se convocada a manifestação para esta sexta-feira às 15.30 horas em frente aos Paços do Concelho.
Nos últimos meses, a vida de músicos e artistas do Stop tem sido atribulada e, durante esta semana, multiplicaram-se, pelas redes sociais, partilhas de textos de despedida do Stop. Rui Guerra confirma que houve mesmo quem retirasse os instrumentos e equipamentos das salas para poderem continuar o seu trabalho. "Mas suponho que não tenham abandonado as salas e voltem", sublinhou.
Recorde-se que o encerramento do espaço foi ditado pela Câmara do Porto após um relatório da Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o presidente da Câmara, Rui Moreira, afirmou na semana passada, em reunião de Executivo, que não iria estender o prazo de saída dado aos músicos, de 10 dias úteis, uma vez que decorria do Código do Procedimento Administrativo (CPA). Nessa mesma reunião, foi ainda rejeitado um dos pontos de uma proposta da CDU que pedia a alteração do despacho emitido, mantendo o edifício aberto, com reforço de segurança, e continuando a negociar com os proprietários.