A3ES, responsável pelas acreditações, considera "excessiva". Oferta ultrapassa os quatro mil cursos, metade dos quais para grau de mestre.
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A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) tem recebido mais de 300 pedidos anuais de novos ciclos de estudos, dos quais quase dois terços dizem respeito a mestrados. São mais de 200 submissões de cursos conducentes ao grau de mestre. Uma realidade que a A3ES considera “difícil de entender”, num “sistema de Ensino Superior previsivelmente estável”. No ano passado, um quarto dos ciclos avaliados foi chumbado. E dos 4250 cursos existentes, metade são mestrados.
Os dados constam do relatório de gestão 2022 da A3ES, entidade responsável pela validação de novos cursos no Superior, mas que não tem poderes de regulação. À luz, aliás, do princípio de autonomia das instituições. E mostram que, no ano passado, foram submetidos 315 pedidos de novos ciclos de estudos, menos 32 face a 2021, ano em que entraram 56 cursos financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência. Daquele total, 207 correspondem a mestrados (+3), 83 a licenciaturas (-26) e 25 a doutoramentos (-9). Cruzando com relatórios anteriores, constata-se que estes valores estão acima dos verificados em 2020 (232 pedidos, dos quais 141 mestrados) e 2019 (242, 136 mestrados). Por subsistema, o público responde por 56,5% (-18 pedidos face a 2021) e o privado pelo restante (-14).