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Este mês de abril, entre Páscoa, 25 de abril e 1 de maio, temos a possibilidade de fazer três pontes e voltamos a ter várias no mês de junho, entre 10 de junho, santos populares e feriados religiosos.
Se, por um lado, estamos perante fantásticos motivos, que nos podem proporcionar férias, viagens, descanso, convívios e encontros de família, por outro, podemos deparar-nos com enormes pesadelos. Portugal continua na cauda da Europa no número de acidentes rodoviários graves e nestas épocas festivas atingem-se os maiores picos.
Quando analisamos em detalhe as ocorrências, verificamos que o principal problema não é apenas um fator isolado, mas uma combinação de elementos, sendo os dois mais relevantes o excesso de velocidade e a condução sob efeito de álcool. De resto, têm sido estas as razões maiores dos últimos acidentes com mortes nas estradas, incluindo ciclistas e peões.
Em 2024 foi apresentada a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2021-2030, designada de “Visão Zero”, que formaliza o compromisso do país em reduzir para metade o número de mortos e feridos graves nas estradas até 2030, e alcançar zero vítimas mortais até 2050. Contudo, ainda não está a ser implementada e carece de orçamento para as suas ações. Aliás, como todas as estratégias e planos, sem orçamento ficam apenas em intenções. É urgente tomar medidas nesta matéria. Precisamos de vontade política que remeta para maior investimento em mais educação, segurança, fiscalização e redesenho das infraestruturas urbanas.
O objetivo “Visão Zero” é ambicioso, mas possível, se cada agente da sociedade fizer a sua parte. Que as nossas pontes não sejam de tragédias, mas pontes para a vida.