Família de homem agredido na GNR dos Carvalhos diz que vítima tinha medo de ser morta
A mãe e a avó do homem que o Ministério Público diz ter sido sequestrado e torturado, ao longo de nove horas, na GNR dos Carvalhos, em Gaia, afirmaram que a vítima lhes pediu para não confrontarem os militares com as agressões que sofrera no posto, caso contrário "aparecia morto na Serra de Canelas".
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Na segunda sessão do julgamento, que decorre esta quinta-feira no Tribunal de São João Novo, no Porto, e que senta nove guardas - um deles já na reforma - no banco dos réus, a avó da vítima, Julieta, de 72 anos, contou que o neto regressou a casa, no dia 25 de agosto de 2019, vindo do posto (para onde tinha sido levado por uma patrulha, alegadamente, para ser identificado por suspeitas de que tivesse furtado uma carrinha a um militar reformado) muitas horas depois e a "mancar, com a camisola ensanguentada, a boca inchada e a orelha rasgada".
Referiu ainda que, quando se preparava para ligar para a GNR, para pedir satisfações sobre o estado em que os militares, alegadamente, deixaram o neto, este, assustado, pediu-lhe encarecidamente que não o fizesse, caso contrário "aparecia morto na Serra de Canelas".