Bobi, o cão português que em fevereiro deste ano foi considerado pelo Guinness World Records como o mais velho do mundo desde sempre, morreu no domingo com 31 anos.
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A notícia foi avançada este domingo nas redes sociais por um estúdio de fotografia de animais. Em declarações à SIC Notícias, o dono de Bobi, Leonel Costa, confirmou que o animal já estava hospitalizado há alguns dias, após terem sido detetados problemas do foro interno.
"Iniciámos um tratamento específico. No entanto, ele não resistiu. Foi uma luta dura e só um guerreiro como ele podia ter aguentado este tempo", contou Leonel ao canal de televisão. "Ficam as melhores memórias de uma longa vida onde foi feliz e principalmente fez muita gente feliz, principalmente a sua família que hoje sente que um dos seus pilares ruiu", acrescentou.
O rafeiro-do-Alentejo vivia em Conqueiros, no concelho de Leiria, com a família Costa, desde que nasceu, a 11 de maio de 1992.
Aos 30 anos, tornou-se detentor do recorde do cão mais velho do mundo desde sempre, depois de, em fevereiro deste ano, a Guinness World Records ter emendado o reconhecimento, erradamente atribuído um chihuahua de 23 anos do Estado norte-americano de Ohio.
O canino tinha batido o recorde (com quase um século) de Bluey, cão australiano que viveu entre 1910 e 1939, e que morreu com 29 anos e cinco meses. Em maio completou 31 anos, batendo o seu próprio recorde.
O segredo da longevidade estava na liberdade, alimentação e amor
O animal era um rafeiro-do-Alentejo, também chamado de mastim português ou mastim do Alentejo, uma antiga raça canina originária da região alentejana, utilizada como cão de guarda de rebanhos bovinos, com uma esperança média de vida de 12/14 anos.
De acordo com o Livro do Guinness, Bobi escapou ao destino dos irmãos, que foram retirados à mãe, Gira, depois de nascerem num barracão junto à casa. Como não podiam ter mais animais, os donos de Gira retiraram-lhe três filhos, não se apercebendo que um quarto ficara para trás.
Leonel Costa, que tinha oito anos na altura, e os irmãos perceberam que Gira continuava a visitar o barracão e acabaram por encontrar o cachorro. Guardaram segredo e, mais tarde, o animal foi acolhido pela família. Três décadas depois, acreditava-se que o segredo da longevidade de Bobi residia no facto de o animal viver em liberdade, sem estar preso a correntes ou trelas, ser bem alimentado e amado.