O F. C. Porto está a realizar obras de remodelação no Estádio do Dragão com o objetivo de modernizar o anfiteatro azul e branco, inaugurado em 2003, e vai avançar, em breve, para a substituição total da cobertura, empreitada que vai demorar, pelo menos, 18 meses a ficar concluída.
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Com 22 anos de história, muitas vitórias e noites inesquecíveis, o Estádio do Dragão prepara-se para viver uma segunda vida, mais moderna, confortável e tecnológica. A primeira fase da obra, que se vai realizar durante este defeso e no próximo, já arrancou, com a remodelação dos camarotes, zona de hospitalidade, acessos comuns às bancadas poente e nascente e renovação das casas de banho e dos bares.
“Esta decisão surgiu porque o Dragão, sendo um dos estádios mais bonitos do Mundo, já tem mais de 20 anos, necessitava de uma atualização das valências para se poder adaptar à modernidade”, explicou, ao JN, João Begonha Borges, vice-presidente do F. C. Porto, assumindo que o clube decidiu ir “mais além” do que estava acordado com a Ithaka, que envolve receitas e custos de exploração associados à bilhética, hospitalidade e outros contratos de patrocínio.
“Definimos três pilares fundamentais: infraestruturas, tecnologia e serviços. A renovação vai dar mais conforto aos nossos adeptos, a transformação digital vai trazer, definitivamente, o F. C. Porto para o século XXI e os novos serviços vão permitir maior rapidez, por exemplo, nos bares do nosso recinto”, especificou João Borges.
O F. C. Porto vai criar uma cozinha central, no piso -4 do Dragão, que vai permitir confecionar todas as refeições que são consumidas no recinto, e mudar o sistema de iluminação do estádio.
Luzes com vista para 2030
“Vamos modernizar o sistema de iluminação do estádio, não só por um ponto de vista de entretenimento, que permite mais espetáculo durante os jogos, mas para cumprir uma série de requisitos feitos pela FIFA e pela UEFA: hoje estávamos no limiar de não os cumprir e, assim, ficaremos com as condições perfeitas para receber não só os jogos do F. C. Porto nas competições europeias mas também o Mundial 2030”, avançou o vice-presidente dos azuis e brancos.
Outra das novidades a estrear em breve vai ser a nova plataforma de venda de bilhetes. “A nova plataforma eletrónica será para o Estádio do Dragão e para o Dragão Arena. Vai ser em formato digital, integrando o estádio e o pavilhão, podendo o sócio fazer a compra do seu lugar anual ao mesmo tempo. A título de exemplo, poderei libertar o meu lugar anual para um jogo a que não vou assistir. O ingresso é cedido, de novo, ao F. C. Porto e o sócio recebe uma percentagem do valor do bilhete na sua conta-corrente de sócio. Assim, garantimos a devolução de custo ao sócio e um incremento de receita, porque o F. C. Porto pode vender esse bilhete, e ao mesmo tempo ter o estádio preenchido. Além disto, vamos permitir pagar o lugar anual em prestações, algo que não era possível até agora”, acrescentou João Borges.
Alguns dos bares do Dragão vão passar a ser autónomos, com a tecnologia “AiFi” que permitirá que os adeptos possam fazer as respetivas compras e levantamento de produto sem que se gerem grandes filas.
Nova cobertura demora 18 meses
As zonas de hospitalidade também vão ser aumentadas, com mais 1500 lugares junto à tribuna VIP e cerca de 1700 do lado nascente. “Como surgiu esta ideia? Nas duas últimas épocas temos os nossos serviços de hospitalidade vendidos a praticamente 100% antes de a época começar. Com os estudos realizados percebemos haveria procura suficiente se a oferta fosse maior”, explicou o dirigente portista.
A criação destes novos lugares VIP só ficará concluída no defeso que se vai seguir à temporada 2025/26, ainda antes do prazo previsto para a finalização da mudança da cobertura do Estádio do Dragão.
“Já iniciámos um processo de consulta ao mercado para a substituição da cobertura. É um tema que os nossos sócios questionam, e bem. É um problema de imagem, mas mais importante do que isso de segurança. Será um investimento avultado, mas obrigatório nos próximos anos – temos feito trabalhos de manutenção da cobertura, mas é necessário fazer a substituição completa da cobertura”, assumiu João Borges.
“São peças de policarbonato que assentam na estrutura, temos trocado as que estão mais desgastadas e que provocam algumas infiltrações. Temos o mapeamento da cobertura e temos de fazer uma intervenção total para ficarmos com uma cobertura robusta e preparada para os próximos 20 anos”, acrescentou o vice-presidente.
Numa altura em que o F. C. Porto está a fazer a avaliação das propostas, o certo é que a mudança total da cobertura não vai demorar menos de 18 meses. “Terá de ser feito durante as paragens competitivas, durante a semana, de forma a que não interfira com a atividade normal do Dragão”, justificou João Borges.