
Israel tem bombardeado diferentes zonas de Gaza com uma intensidade crescente
Foto: Mohammed Saber / EPA
O número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelita subiu para 45.717 e o de feridos para 108.856, anunciou este sábado o Ministério da Saúde daquele enclave controlado pelo movimento islâmico Hamas.
Segundo a tutela, citada pela agência de notícias espanhola Efe, os números reais de mortos e feridos são mais elevados do que os avançados hoje, uma vez que estes não incluem os milhares de desaparecidos que permanecem sob os escombros e não podem ser resgatados devido à falta de maquinaria pesada, entre outras razões.
O balanço diário do Ministério da Saúde refere também que nas últimas 24 horas os bombardeamentos israelitas mataram pelo menos 59 pessoas e feriram 273.
O exército israelita tem, desde quinta-feira, bombardeado as diferentes zonas da Faixa de Gaza com uma intensidade crescente, mas com maior ênfase no norte.
Só no bairro de Shujaiya, na parte oriental da cidade de Gaza, 11 civis foram mortos depois de jatos israelitas terem bombardeado uma casa, informou a agência noticiosa oficial palestiniana, Wafa.
Os soldados israelitas fizeram também explodir edifícios residenciais no campo de Jabalia, no norte, e, no sul, cinco pessoas, incluindo pessoal de segurança e de empresas privadas, foram mortas num ataque a um veículo.
Israel aumentou o número de alvos contra a polícia e o pessoal de segurança do Hamas, que, na maioria dos casos, estão encarregados de guardar os camiões que transportam ajuda humanitária.
Também hoje, o exército israelita confirmou que as suas tropas continuam a operar no norte da Faixa de Gaza e que, na última semana, destruíram um complexo na zona de Beit Hanoun, onde os comandantes do Hamas estavam “entrincheirados”.
Em comunicado, a instituição afirmou que o complexo servia “como centro terrorista” e continha posições de tiro antitanque, armadilhas, poços, numerosos explosivos e locais de lançamento para atacar o território israelita.
Ataques matam oito supervisores de ajuda humanitária
Pelo menos oito membros da segurança encarregues de supervisionar os comboios de ajuda humanitária na Faixa de Gaza foram mortos em ataques israelitas entre sexta-feira e hoje, segundo a agência humanitária Crescente Vermelho Palestiniano.
De acordo com os dados citados pela agência Efe, três membros morreram na cidade de Deir al Balah, no centro de Gaza, e os restantes em Khan Yunis, no sul.
Já na quinta-feira, o exército israelita tinha matado Mahmoud Salah, diretor-geral da polícia no sul de Gaza, e Hussam Shahwan, diretor do Departamento de Investigação, na zona humanitária de Mawasi, localizada no sul e no centro da Faixa de Gaza. Ambos eram responsáveis por garantir a ordem na zona e prevenir atos de vandalismo na distribuição de ajuda humanitária.
Nos últimos meses a polícia de Gaza levou a cabo várias operações no sul da Faixa de Gaza contra grupos que saqueiam camiões de ajuda humanitária.
O saque de veículos é um problema crescente, tendo-se agravado nos últimos meses, razão pela qual a polícia local tem reforçado as operações.
Mais de 700 agentes de segurança encarregues dos comboios de ajuda humanitária, dos quais a população de Gaza depende para sobreviver, morreram desde o início da guerra, segundo dados do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação em grande escala no enclave palestiniano, que matou acima de 45 mil habitantes, segundo as autoridades locais, e deixou o território destruído, a quase totalidade da população deslocada e mergulhada numa grave crise humanitária.
O Tribunal Penal Internacional emitiu em novembro passado mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o antigo ministro da Defesa da Israel Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, que as forças de Israel dizem estar morto.
Em causa estão as ações israelitas realizadas na Faixa de Gaza e os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel.
