Um homem de 22 anos foi detido no Paquistão por ter invadido casa e matado a influencer Sana Yousaf, de 17 anos, depois da jovem ter rejeitado as suas "ofertas de amizade".
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De acordo com a emissora britânica BBC, Umar Hayat invadiu a casa da adolescente na segunda-feira, onde a baleou com dois tiros e lhe roubou o telemóvel antes de fugir. A influencer morreu antes de ser levada para o hospital.
Syed Yousaf Hassan, pai de Sana, a sua única filha, disse que a jovem estava com a tia na casa da família quando o suspeito invadiu a casa. Hayat também ameaçou disparar sobre a mulher antes de fugir. O suspeito, natural da cidade de Faisalabad, na província de Punjab, é filho de um ex-funcionário público.
Segundo as autoridades policiais, o homicídio "brutal" causou "uma onda de preocupação" em todo o país e houve uma pressão "imensa" para encontrar o assassino. A Polícia invadiu locais na capital e na província de Punjab e digitalizou imagens de 113 câmaras de videovigilância. A alegada arma do crime e o telemóvel de Sana foram recuperados.
O pai da adolescente, que recordou a filha como "muito corajosa", garantiu que Sana nunca mencionou Hayat nem qualquer comportamento ameaçador antes de ser morta.
Sana Yousaf foi sepultada na cidade paquistanesa de Chitral.
Meio milhão de seguidores
Antes de morrer, Sana já tinha muitos seguidores no Paquistão, com meio milhão de fãs no Instagram. Dada a sua elevada visibilidade no Paquistão, a notícia espalhou-se rapidamente e a jovem ganhou centenas de milhares de seguidores no TikTok da noite para o dia, ultrapassando agora um milhão. O seu último vídeo no Instagram, publicado na semana passada, mostrava-a rodeada de balões e a cortar um bolo de aniversário.
O crime também desencadeou um debate aceso sobre as mulheres nas redes sociais. Embora muitos tenham partilhado a sua indignação, também houve reações negativas ao seu trabalho como influenciadora.
O grupo de defesa dos direitos digitais Bolo Bhi tem monitorizado a reação online e o diretor, Usama Khilji, disse que as críticas vêm de uma pequena parte dos internautas, na sua maioria homens, alguns dos quais alegam motivos religiosos. "Estão a perguntar porque é que ela publicava todo este conteúdo e até a sugerir que a família remova as suas contas do Instagram e do TikTok, pois aumentam os seus pecados", explicou Khilji.
Por sua vez, Farzana Bari, uma proeminente ativista dos direitos humanos, defendeu que a reação é "misógina" e "patriarcal". Segundo Bari, a jovem tinha "a sua própria voz" e que o discurso online é um lembrete de que as redes sociais se tornaram um "lugar muito ameaçador para as criadoras de conteúdos femininos" no Paquistão.