Principais destinos de verão do país vizinho praticam tarifas de alojamento inferiores às de Portugal, em particular no Algarve, onde os preços duplicam. Albânia ou Montenegro também em destaque.
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O Algarve é das regiões menos atrativas da Europa em termos de preços. Segundo uma análise feita pelo JN, tendo em conta os preços disponíveis para uma pessoa a partir de 1 agosto em plataformas como a Airbnb, Booking ou Trivago, o Sul de Portugal é claramente batido por outras paisagens de verão. Apenas pontos de luxo como Santorini, na Grécia, ou a Costa Amalfitana, em Itália, conseguem ser mais dispendiosos.
Com uma média diária de alojamento de 300 euros, que exclui outros gastos como alimentação ou aluguer de viatura automóvel, entre outros, o Algarve perde claramente, desde logo, para a vizinha Espanha, onde se destacam Santa Cruz de Tenerife, nas ilhas Canárias, com valores de 90 euros por dormida; e o arquipélago das Baleares (150 euros). Também a Costa do Sol e a Costa Brava conseguem ofertas inferiores (240 e 280 euros, respetivamente).
“Há um tipo de férias que nunca foi fácil para cidadãos nacionais, nomeadamente no Algarve. No entanto, cresceram as opções disponíveis noutros países, que se foram constituindo como alternativas”, assinala Pedro Fontainhas, diretor-executivo da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts. “Ainda assim, o Algarve continua a ser extremamente competitivo, tal como Portugal em geral”, diz.
Leste da Europa em alta
Além de Espanha, há outros mercados em destaque devido às tarifas de alojamento praticadas, em particular os emergentes. É o caso da Albânia, com preços médios de 150 euros por dia, e também de Montenegro, onde a região de Sveti Stefan consegue rondar os 175 euros. Na costa do mar Negro, na Bulgária, os preços atingem o ponto mais baixo (90 euros).
O ano passado, conforme dizem os números do Eurostat, a tarifa média diária de dormida em Portugal situou-se nos 160,46 euros, o que colocou o país no oitavo lugar da lista dos dez mais caros de toda a Europa. No topo da tabela encontram-se Chipre (288,62 euros), Grécia (230,11) e Itália (222,44).
Dormidas e receitas sempre em alta
Os dados mais recentes do turismo recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao mês de abril, aquando da temporada de Páscoa, indicam um crescimento de 13,9% das receitas financeiras provenientes do alojamento, equivalentes a 436 milhões de euros. Quanto ao total de 2024, o mesmo INE apontou 77,1 milhões de dormidas, 53,8 milhões das quais de estrangeiros, contra 23,3 milhões de portugueses. Tal significou 30 milhões de hóspedes (18,2 internacionais e 11,8 provenientes do mercado interno).