Presidente polaco diz que declaração sobre fim de envio de armas foi mal-interpretada
O presidente polaco, Andrzej Duda, assegurou, esta quinta-feira, que as declarações do primeiro-ministro dp país sobre uma possível suspensão do envio de armas à Ucrânia foram "mal-interpretadas".
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As declarações do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki "foram interpretadas no pior sentido possível", disse Duda, em declarações à rede de televisão polaca TVN24. "Na minha opinião, o primeiro-ministro quis dizer que não enviaremos para a Ucrânia o novo armamento que estamos a comprar para modernizar o Exército polaco".
Estas declarações ocorrem na sequência das palavras do primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki, que afirmou na quarta-feira à noite que a Polónia "já não estava a transferir quaisquer armas para a Ucrânia" e que se estava a concentrar "principalmente na modernização e no rápido armamento do exército polaco". O primeiro-ministro não disse quando é que a Polónia, um dos maiores fornecedores de armas à Ucrânia, deixou entregar armamento, nem relacionou a decisão com o diferendo sobre os cereais ucranianos, cujas importações foram proibidas por Varsóvia para proteger os interesses dos agricultores polacos.
Esta quinta-feira, um porta-voz do Governo de Varsóvia disse que a Polónia só está a enviar para Kiev armamento cuja entrega foi "previamente acordada".
A Polónia é um dos três países europeus que prolongaram o embargo aos cereais ucranianos, apesar da decisão de Bruxelas de levantar as restrições. Em resposta, Kiev afirmou ter apresentado uma queixa à Organização Mundial do Comércio, aumentando ainda mais as tensões diplomáticas.
Na quarta-feira, Varsóvia convocou o embaixador ucraniano "com urgência" para protestar contra as declarações do presidente Volodymyr Zelensky na ONU, onde no dia anterior tinha criticado "certos países (que) fingem solidariedade (com a Ucrânia) apoiando indiretamente a Rússia".
Entretanto, o vice-ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, que recebeu o diplomata ucraniano, referiu-se ao que considerou "tese falsa", afirmando que a Polónia apoiou a Ucrânia desde os primeiros dias da guerra.