
Num artigo de opinião, Johannes Jacobi, Especialista de Produto e membro da equipa do fundo Allianz Global Artificial Intelligence, pondera sobre o papel preponderante dos semicondutores na sociedade moderna e como a inteligência artificial pode ser motor da inovação.
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Na atual era digital, a inteligência artificial (IA) emergiu como uma tecnologia transformadora com o potencial de revolucionar todas as indústrias. Por trás dos seus grandes avanços está uma infraestrutura robusta que estabelece as bases necessárias para o desenvolvimento e implementação dos modelos de IA existentes, juntamente com o processamento de todos os dados necessários para o seu desenvolvimento.
Atualmente, o termo "IA" engloba diversas tecnologias, todas elas requerendo grandes quantidades de dados e uma capacidade de processamento significativa para capacitar e executar os seus modelos. Por exemplo, o modelo de aprendizagem automática em que opera o ChatGPT foi treinado com 45 terabytes (TB) de dados de texto, o que equivale a um milhão de metros de espaço numa estante.
Assim, o verdadeiro poder da IA generativa reside na sua capacidade de transformar estes dados numa ferramenta útil para as empresas e os utilizadores. Por conseguinte, as despesas nesta área serão cada vez mais importantes. De tal forma que, do volume total das despesas relacionadas com a IA, a parte dedicada às infraestruturas e aos serviços na nuvem deverá aumentar dos atuais 50% para quase 60%, refletindo a natureza intensiva do uso de dados dos futuros modelos e utilizações de inferência.
A supremacia dos semicondutores na esfera internacional
À medida que o universo da inteligência artificial cresce, os sistemas capazes de canalizar e levar a "bom porto" os dados necessários para executar todos os modelos de IA tornar-se-ão cada vez mais importantes. É aqui que a indústria dos semicondutores está a ganhar um maior protagonismo.
Os semicondutores são a base tecnológica que permite que os dados sejam processados e analisados de forma eficiente e eficaz. Por outras palavras, podemos defini-los como a grande autoestrada da IA. A sua capacidade para efetuar cálculos complexos e lidar com grandes conjuntos de dados desempenha um papel fundamental no funcionamento e desempenho dos sistemas de IA. Por isso, a Allianz Global Investors acredita que, como a IA generativa está a mudar fundamentalmente o panorama tecnológico a um ritmo sem precedentes, os fabricantes de semicondutores e componentes deverão beneficiar deste contexto. Além disso, muitas empresas de software lançaram módulos de IA generativa que ajudam os clientes a automatizar tarefas até agora rotineiras e a gerar novas e valiosas perspetivas a partir dos seus dados.
Por outro lado, muitos países começaram a prestar uma atenção superlativa a esta indústria. De facto, alguns estão a tentar tornar-se mais autossuficientes na produção de semicondutores. Dada a natureza crítica dos chips e de outros componentes para garantir o sucesso tecnológico, os países estão a procurar aumentar a produção interna e reconfigurar as cadeias de abastecimento para reduzir a sua dependência de outros países.
Como mostra o gráfico abaixo, a procura de semicondutores tem ultrapassado historicamente a oferta interna nos principais países. Os EUA vão gastar 280 mil milhões de dólares no fabrico e na investigação de chips nos próximos 10 anos, enquanto a China está a preparar um programa de apoio no valor de 145 mil milhões de dólares e a União Europeia aprovou a sua própria lei de chips, no valor de 43 mil milhões de euros.
Em conclusão, o impacto da inteligência artificial (IA) será maior do que o da Internet e de todos os setores relacionados, como as infraestruturas de dados e os semicondutores, dois dos principais beneficiários. A Allianz GI está a participar nesta revolução através do Allianz Global Artificial Intelligence, um fundo pioneiro que identifica os próximos líderes da inovação em IA que oferecem oportunidades atrativas de crescimento a longo prazo.