Uma explosão num hospital em Gaza matou ontem pelo menos 500 pessoas. As autoridades palestinianas acusam Israel, que por sua vez aponta o dedo à Jihad Islâmica. Joe Biden está hoje em Israel. António Guterres disse que "a região está à beira do precipício".
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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, afirmou esta quarta-feria que Amã considerará como "uma declaração de guerra" qualquer tentativa de Israel para "expulsar os palestinianos da Cisjordânia", uma perspetiva também rejeitada pelo Egito.
"Para nós na Jordânia, qualquer tentativa para expulsar os palestinianos da Cisjordânia será encarada como uma declaração de guerra", disse o chefe da diplomacia jordana numa sessão do Conselho de Deputados [parlamento] do reino árabe, e numa alusão a qualquer tentativa de deslocamento forçado de populações promovida pelo Estado judaico.
A Cisjordânia ocupada é o território palestiniano mais próximo da Jordânia, situado na margem ocidental do rio Jordão e sob controlo da Autoridade Nacional Palestiniana. A Faixa de Gaza, também território palestiniano, é controlada pelo movimento islamita Hamas desde 2007.
O Egito anunciou esta quarta-feira o acordo para uma "passagem duradoura" de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza através do ponto de Rafah, numa altura em que centenas de camiões com ajuda estão parados às portas do enclave.
"O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi e o presidente dos EUA Joe Biden concordaram com a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza através da passagem de Rafah de forma duradoura", frisou o porta-voz da presidência, Ahmed Fahmy, em comunicado, sem especificar uma data concreta.
A entrega de ajuda será supervisionada pela ONU, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Sameh Shoukry, à estação Al-Arabiya.
Questionado se os estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade que pretendam sair seriam autorizados a passar, o ministro referiu: "Desde que a passagem esteja a funcionar normalmente e as instalações [da passagem] tenham sido reparadas".
Centenas de manifestantes entraram quarta-feira em confronto com as forças de segurança libanesas num subúrbio de Beirute, perto da Embaixada dos EUA, durante manifestações de apoio aos civis de Gaza e ao movimento islamita Hamas na guerra contra Israel.
O protesto no bairro de Aukar ocorreu no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manifestava a sua solidariedade para com Israel durante a sua visita a esse país, que ocorreu hoje, um dia depois de uma explosão num hospital da Faixa de Gaza ter matado centenas de pessoas e provocado protestos em massa.
Biden afirmou que a explosão não foi resultado de um ataque das forças armadas israelitas. O grupo palestiniano Hamas, que governa Gaza, e muitos países árabes acusam Israel de ter atacado o hospital, enquanto os militares israelitas afirmam que foi um foguete mal disparado pela Jihad Islâmica em Gaza.
Manifestantes com bandeiras palestinianas e bandeiras de várias fações palestinianas derrubaram um muro de segurança e cortaram uma barreira de arame farpado numa estrada sinuosa que conduz à Embaixada dos EUA nos arredores de Beirute.
A polícia de choque lançou dezenas de bombas de gás lacrimogéneo e disparou canhões de água para dispersar os manifestantes, acabando por os fazer recuar, tendo vários deles ficado feridos.
Dois adolescentes foram mortos a tiro por forças israelitas na Cisjordânia ocupada, na quarta-feira, o que elevou para 64 o número de vítimas neste território palestiniano.
Este balanço é relativo ao período subsequente ao início da guerra desencadeada a 7 de outubro, pelo ataque do Hamas contra Israel.
Pelo menos uma centena de manifestantes que se apresentaram como Judeus pela Paz ocuparam esta quarta-feira um edifício do Congresso dos Estados Unidos, exigindo aos congressistas e à administração Biden que pressionem para um cessar-fogo em Gaza.
Vestidos com camisolas pretas estampadas com as palavras "Judeus dizem cessar-fogo agora" e "Não em nosso nome", os manifestantes encontravam-se no Cannon Building, um dos edifícios do Congresso, e exibiam grandes faixas proclamando "cessar-fogo" e "Deixem Gaza viver". A polícia do Capitólio deteve vários manifestantes, anunciou a agência France-Presse (AFP).
"Protestos não são permitidos dentro dos edifícios do Congresso", explicou a força policial na rede social X (antigo Twitter).
Pelo menos 40 pessoas foram mortas esta quarta-feira em bombardeamentos israelitas no centro da Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islamita Hamas, e que também atingiram uma mesquita, indicou a agência noticiosa oficial palestiniana Wafa.
A mesma fonte adiantou que a maioria destas vítimas, incluindo menores, foi morta por ataques aéreos israelitas contra uma mesquita e o campo de refugiados de Al Nuseirat, situado na localidade de Deir al Balah, e contra uma casa na povoação de Al Mugraga.
Outras dez pessoas foram mortas e 22 feridas em ataques similares contra casas em Deir al Balah, indicou a Wafa, ao precisar que 18 pessoas ainda permaneciam nos escombros.
Centenas de pessoas juntaram-se esta quarta-feira na Praça do Martim Moniz, em Lisboa, numa manifestação contra o escalar da violência em Gaza, onde as palavras de ordem que mais se ouviram foram "Palestina livre" e "Palestina vencerá".
Com música de fundo de tambores e empunhando bandeiras da Palestina, os manifestantes, muitos dos quais envergando o lenço tradicional palestiniano, empunhavam cartazes que apelavam ao "fim do genocidio", "fim do apartheid" e "fim do bloqueio a Gaza", por Israel, que tem em curso uma operação militar em Gaza depois de a 7 de outubro ter sido alvo de um ataque do Hamas que fez perto de 1400 mortos.
No encontro, os organizadores manifestaram receio de um alastramento da guerra ao resto do mundo e exigiram do Governo português uma tomada de posição.
O primeiro-ministro informou, esta quarta-feira, que quatro cidadãos lusodescendentes morreram em Israel e quatro estão desaparecidos, presumindo-se que estejam reféns, e indicou que o Governo está a procurar repatriar dois portugueses que estão em Gaza, assim como os seus familiares.
"Neste momento, temos identificados quatro lusodescendentes que faleceram em Israel. Temos quatro lusodescendentes desaparecidos, presumimos que sejam neste momento reféns", indicou António Costa no debate parlamentar preparatório sobre a reunião da próxima semana do Conselho Europeu.
O chefe do executivo informou ainda que há dois cidadãos nacionais na Faixa de Gaza, "três familiares desses cidadãos nacionais e mais três familiares de palestinianos que residem em Portugal", estando o Governo a "procurar uma operação de repatriamento de forma a que possam retomar as suas vidas em segurança em Portugal".
O primeiro-ministro português, António Costa, criticou esta quarta-feira Israel pelo "cerco que está a fazer à Faixa de Gaza", que viola "as normas do direito humanitário", considerando que "as vidas não são diferentes sendo um israelita ou sendo um palestiniano".
No regresso dos debates quinzenais ao plenário da Assembleia da República, que voltaram hoje com um novo modelo, a deputada do BE Mariana Mortágua começou a sua intervenção pela questão de Israel, considerando que Portugal tem "o dever de condenar os crimes, sejam eles os crimes cometidos pelo Hamas como pelo Estado de Israel", mas também de "apelar a um cessar-fogo imediato" e de "reconhecer o direito palestiniano".
Na resposta, António Costa afirmou que "Portugal tem uma posição clara, pública e conhecida" sobre a Palestina e recordou que condenou "de forma inequívoca o atentado terrorista e a barbaridade cometida pelo Hamas sobre Israel".
"A reação de Israel tem que respeitar escrupulosamente aquilo que é o direito internacional e em particular o direito humanitário. Israel, ao fazer o cerco que está a fazer à Faixa de Gaza, privando crianças, mulheres e homens de acesso à água, de acesso à eletricidade, está a violar as normas do direito humanitário", sustentou.
O exército israelita atacou hoje posições da milícia xiita libanesa Hezbollah no sul do Líbano, em resposta ao lançamento de mísseis antitanque, após 11 dias de trocas de tiros na fronteira, que vive o maior pico de tensão desde 2006.
"As Forças de Defesa de Israel estão atualmente a atacar a fonte dos disparos no Líbano e continuarão a atacar alvos terroristas pertencentes à organização terrorista Hezbollah", disse um porta-voz militar.
Por seu lado, o Hezbollah confirmou ter lançado hoje à tarde dois mísseis teleguiados, um contra três posições militares israelitas ao largo da cidade libanesa de Naquora e o outro contra a colina de al-Tahyat.
Nesta última zona, os alvos do ataque foram um "centro de congregação para os soldados da ocupação" e um sistema de vigilância, disse a formação xiita, reivindicando que fez várias vítimas nestes locais, incluindo pelo menos uma morte.
O exército israelita, que não confirmou a existência de vítimas, apontou os disparos libaneses para as cidades de Manara e Rosh Hanikra, adjacentes à fronteira libanesa perto do Mediterrâneo, e afirmou ter respondido aos disparos.
Além disso, as forças israelitas indicaram ter destruído dois postos militares em território libanês, depois de terem detetado milicianos que tentavam disparar um míssil antitanque e atacado outro posto de onde foi disparado um míssil antitanque perto de Metula.
O Hamas e o Hezbollah, grupos pró-iranianos, estão a coordenar "estreitamente os seus próximos passos" na luta contra Israel, disse um alto representante do Hamas no Líbano citado hoje pelo site noticioso Politico.
O chefe do gabinete político do Hamas no Líbano, Ahmed Abdul-Hadi, admitiu a abertura de uma segunda frente no conflito com Israel, afirmando que o movimento xiita libanês Hezbollah está "preparado para uma grande guerra", após a aberta a 07 deste mês com o ataque do Hamas contra Israel.
Abdul-Hadi, contudo, insistiu que o Hamas, movimento considerado terrorista por União Europeia (UE) e Estados Unidos e que governa a Faixa de Gaza desde 2007, não avisou antecipadamente o seu aliado Hezbollah dos ataques a Israel a 07 de outubro, que mataram mais de 1.400 pessoas.
Apesar disso, revelou, há uma "cooperação contínua" entre os dois grupos, em que o Hezbollah está agora "preparado para uma grande guerra" contra Israel no norte, enquanto o Hamas vai rebentar o "sonho" do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de o expulsar de Gaza.
As declarações aumentam os receios de que o conflito no Médio Oriente possa estar prestes a alastrar-se para duas frentes e engolir o Líbano, sobretudo se Israel lançar uma invasão terrestre em Gaza, onde os bombardeamentos já mataram mais de 2.700 pessoas, e Teerão empenhar os seus aliados xiitas do Hezbollah numa guerra total.
A agência de notícias palestiniana dá conta de um ataque aéreo contra uma mesquita no campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza, que terá matado "dezenas de pessoas" e deixado "dezenas de feridos", na sua maioria mulheres e crianças que ali procuravam abrigo.
Novos protestos irromperam hoje perto da embaixada dos Estados Unidos em Beirute, capital do Líbano. O cenário é tenso, reporta a "Al Jazeera", com as autoridades libanesas a lançarem água contra os manifestantes pró-Palestina. Isto no dia em que o presidente norte-americano, Joe Biden, está em Telavive, onde manifestou apoio a Israel ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O Air Force One, o avião que transporta o presidente dos Estados Unidos, aterrou em Telavive. Joe Biden, que se encontrou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na chegada à cidade israelita, cancelou a ida à Jordânia para se encontrar com líderes árabes, mas tem na agenda um encontro com famílias das vítimas israelitas e dos desaparecidos após os ataques do Hamas, no dia 7 de outubro.
- <p>Uma explosão contra um hospital em Gaza provocou, pelo menos, <u>500 mortos</u>, de acordo com as autoridades palestinianas no enclave;</p>
- <p>Israel <u>nega a autoria da explosão</u> e atribui-a à Jihad Islâmica da Palestina, <u>que a negou categoricamente</u>.</p> <ul> <li> <p>"Temos informações suficientes agora, demorámos, mas temos que dizer a verdade e não foram os ataques israelitas que atingiram o hospital", sublinhou o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, em conferência de imprensa, após a "verificação cuidadosa dos sistemas de vigilância". "Forneceremos provas das nossas afirmações nas próximas horas", acrescentou, referindo que, "no momento dos disparos", Israel não estava "a realizar nenhuma operação aérea perto do hospital". "Os foguetes que atingiram o edifício não correspondiam aos nossos", frisou, notando que o Exército também <u>irá fornecer "conversas em árabe que indicam que foi a Jihad Islâmica"</u>.</p> </li> <li> <p>A Jihad Islâmica, organização islâmica armada presente na Faixa de Gaza, que também é alvo de bombardeamentos israelitas, descreveu como mentiras as acusações feitas por Israel. "Como sempre, o inimigo sionista está a tentar, através da fabricação de mentiras, fugir à responsabilidade pelo massacre brutal que cometeu ao bombardear o hospital e apontar o dedo à Jihad Islâmica. <u>Afirmamos que essas acusações são falsas e infundadas"</u>.</p> </li> </ul>
- <p>Mais de<u> três mil palestinianos foram mortos</u> em ataques israelitas em Gaza desde o ataque do Hamas em Israel, a 7 de outubro, <u>que matou mais de 1400 israelitas</u>.</p>
- <p>O presidente norte-americano, Joe Biden, <u>desloca-se hoje a Israel</u>. O chefe da Casa Branca, que está a caminho de Telavive, adiantou ontem que adiou a visita programada para quarta-feira na Jordânia, na sequência do ataque ao hospital, permanecendo apenas em território israelita durante a viagem ao Médio Oriente. Biden promete, ainda assim, permanecer em contacto "durante os próximos dias" com os três dirigentes árabes com os quais se deveria reunir: o rei Abdullah II, da Jordânia, o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas e o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi.</p>
- <p>O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que Gaza está "à beira do precipício" e pediu um <u>“cessar-fogo humanitário imediato”</u>, enquanto os líderes mundiais condenaram o ataque ao hospital, numa altura em que irrompem protestos em toda a região do Médio Oriente.</p>
Bom dia! Acompanhe, neste minuto a minuto, os principais desenvolvimentos da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, doze dias passados desde o ataque terrorista do grupo palestiniano Hamas contra Israel. Abaixo, um resumo do que aconteceu ontem e durante a madrugada de hoje:
Pelo menos 471 pessoas foram mortas na explosão que atingiu um hospital na Faixa de Gaza, indicou hoje um novo balanço emitido pelo Ministério da Saúde do Governo Hamas, que controla o enclave palestiniano.
Na noite de terça-feira, e na sequência do ataque, o ministério tinha-se referido a pelo menos 200 mortos, com o Hamas a acusar Israel de responsabilidade por este mortífero ataque ao hospital Al Ahli da cidade de Gaza.
Israel atribuiu a responsabilidade à Jihad islâmica, uma outra organização islamita armada de Gaza, que desmentiu categoricamente.
O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano também atualizou o número de vítimas, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje que a "informação de que poderá ter sido um míssil da Jihad Islâmica" a provocar a explosão de terça-feira num hospital de Gaza "parece ser uma ideia bastante consolidada".
"Ouvimos explicações muito detalhadas nesta manhã por parte das forças israelitas de defesa. Nós não temos informações próprias nossas. No entanto, a informação de que poderá ter sido um míssil da Jihad Islâmica parece ser uma ideia bastante consolidada", declarou João Gomes Cravinho aos jornalistas, em Namur, na Bélgica.
Interrogado sobre se dá como afastada a possibilidade de ter sido um míssil de Israel a atingir o hospital Al-Ahli, o ministro respondeu: "Eu não tenho nenhuma informação concreta. Ouvi uma explicação muito detalhada por parte das forças de defesa de Israel, que aponta para um míssil da Jihad Islâmica. Não tenho conhecimento de nenhuma informação concreta em relação à possibilidade de ser um míssil israelita."
Cerca de cinco mil jordanos protestaram hoje perto da embaixada de Israel em Amã contra o ataque a um hospital de Gaza que matou centenas de pessoas e pelo qual Israel e Hamas se culpam mutuamente. Apesar das forças de segurança terem sido reforçadas e terem bloqueado as estradas que levam à embaixada, é esperado que o número de manifestantes aumente durante a tarde, numa demonstração da onda de ira muçulmana provocada pelo ataque.
Os manifestantes, cujo número foi estimado por uma fonte da segurança da Jordânia citada pela agência de notícias francesa AFP, empunharam bandeiras palestinianas e gritaram palavras de ordem como "Nenhuma embaixada sionista em solo jordano" ou "Nenhuma embaixada americana em solo jordano".
Israel anunciou, nesta quarta-feira, que vai autorizar o envio de "comida, água e medicamentos" do Egito para Faixa de Gaza, rota bloqueada em resposta ao ataque letal lançado a 7 de outubro a partir do enclave palestino pelo movimento islamita Hamas.
"Diante do pedido do presidente [dos EUA, Joe] Biden, Israel não impedirá o envio de ajuda humanitária pelo Egito", indicou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acrescentando que a autorização valerá "na medida em que o abastecimento não chegue ao Hamas", que governa Gaza.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou hoje sanções contra dez "figuras-chave do Hamas", agentes e indivíduos envolvidos no financiamento das atividades do grupo islamista palestiniano em Gaza, mas também no Sudão, Turquia, Argélia e Qatar.
"Os Estados Unidos da América (EUA) estão a tomar medidas rápidas e decisivas para atingir os financiadores e apoiantes do Hamas após o massacre brutal e injusto de civis israelitas, incluindo crianças", disse a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, num comunicado.
As sanções norte-americanas - que visam em particular "membros que gerem carteiras de investimento do Hamas" - foram anunciadas no dia em que o Presidente norte-americano, Joe Biden, está em Israel, onde hoje se encontrou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A Turquia vai decretar três dias de luto nacional pelo ataque a um hospital em Gaza que fez centenas de mortos e do qual Israel e os palestinianos se acusam mutuamente, indicou hoje um alto responsável turco.
Segundo a vice-presidente do partido presidencial AKP no parlamento, Özlem Zengin, citada pela estação de televisão estatal turca TRT e a estação privada NTV, o anúncio será oficializado por decreto presidencial.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tinha apelado na terça-feira à noite para "o fim desta brutalidade sem precedentes em Gaza", acusando Israel de ter "atacado um hospital que albergava mulheres, crianças e civis inocentes".
O conflito israelo-palestiniano está a fazer estragos no futebol. Depois do jogador El Ghazi ter sido suspenso do Mainz, e do Bayern Munique ter agendado uma reunião com o lateral Mazraoui, o futebolista Youcef Atal foi afastado do Nice. Em causa estão publicações pró-Palestina com "apologia ao terrorismo". Leia mais AQUI.
O presidente da República declarou-se hoje chocado com o bombardeamento de um hospital em Gaza, tenha sido intencional ou não, mas escusou-se a apontar responsáveis, recomendando mais silêncio e diplomacia perante o conflito entre Israel e Hamas. "Não me vou pronunciar sobre essa matéria, primeiro, porque não tenho elementos, segundo, porque não devo pronunciar-me sobre essa matéria. Há instâncias diversas internacionais e depois há diligências nacionais múltiplas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em reposta aos jornalistas, em Namur, durante a sua visita de Estado à Bélgica.
O chefe de Estado defendeu que "este é o momento de fazer tudo para que verdadeiramente haja futuro numa situação e numa região que tem sofrido muito ao longo do tempo" e que "isso ganha com o silêncio, com a diplomacia, se possível, mais do que com o falar publicamente na matéria".
Interrogado sobre o apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para que haja um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que compreende a posição de António Guterres, sem a subscrever.
"Eu queria dizer só sobre isso é que compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral das Nações Unidas, porque está, no exercício do seu mandato, preocupado com a situação", respondeu, acrescentando: "É um apelo perfeitamente compreensível, porque corresponde ao que tem sido a linha orientadora da sua atuação em diversas situações no mundo".
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) desmentiu uma informação veiculada por Israel, que acusava o Hamas de roubar combustível suficiente para garantir o apoio humanitário da instituição durante seis dias.
A acusação tinha sido feita pelo porta-voz das forças armadas de Israel, Daniel Hagari, na segunda-feira, mas a agência da ONU afirma que as imagens que circulam nas redes sociais sobre um possível "saque" são apenas de uma normal movimentação de bens essenciais entre diferentes pontos de trabalho onde a organização tem meios.
O número de mortos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro aumentou para quase 3500, havendo ainda 12 mil pessoas feridas, de acordo com as autoridades de saúde palestinianas.
O movimento islamita Hamas acusou o presidente dos EUA de "endossar cegamente a narrativa sionista", ao questionar a responsabilidade israelita pela explosão num hospital em Gaza. "A insistência do Governo dos EUA em adotar a narrativa promovida pelo primeiro-ministro do inimigo sionista através das suas mentiras e declarações falsas é apenas um esforço sionista barato na guerra de extermínio e massacres selvagens", lê-se num comunicado do movimento considerado terrorista por vários países e organizações.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, disse que o ataque ao hospital anglicano Al Ahli, no norte do território, na noite de terça-feira, provocou pelo menos 500 mortos. O grupo palestiniano culpou Israel pelo ataque e a Jihad Islâmica desmentiu as acusações do Governo israelita, que lhe atribui a autoria da explosão.
O porta-voz militar de Israel disse que o Hamas estava a "inflacionar o número de vítimas" e reiterou que não houve qualquer ataque do exército israelita ao local, "nem por ar, terra ou mar".
As cidades palestinianas da Cisjordânia vão estar hoje em greve geral em resposta ao ataque de terça-feira a um hospital na Faixa de Gaza que fez centenas de mortos. De acordo com as informações recolhidas pela agência de notícias palestiniana Wafa, a greve inclui o encerramento de lojas, bancos e universidades, um dia após milhares de pessoas terem saído à rua em várias cidades para protestar contra o ataque, atribuído a Israel pelas autoridades do enclave controlado pelo movimento islamita Hamas.
Os manifestantes também entraram em confronto com as forças de segurança palestinianas e exigiram a demissão do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, acusando-o de inação face aos bombardeamentos e o "cerco total" imposto por Israel na Faixa de Gaza.
"À medida que avançamos nesta guerra, Israel fará tudo o que for possível para manter os civis fora de perigo", disse o primeiro-ministro israelita em Telavive, no início de um encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden. "Pedimos aos civis e continuamos a pedir-lhes que se desloquem para áreas seguras", acrescentou Netanyahu, citado pela agência espanhola EFE.
Israel tinha ordenado a mais de um milhão de palestinianos que abandonassem o norte da Faixa de Gaza na antecipação de uma possível ofensiva terrestre contra o Hamas.
O Nice suspendeu "até novo aviso" o futebolista Youcef Atal, alvo de uma investigação por "apologia ao terrorismo", após uma publicação ligada ao conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas, anunciou hoje o clube francês.
Mesmo que o internacional argelino tenha rapidamente apagado a publicação e pedido desculpa, o clube explicou num comunicado que optou por "tomar de imediato" sanções, antes das que poderiam ser adotadas pelas autoridades desportivas ou judiciais.
Em causa está um vídeo partilhado no sábado por Youcef Atal, no qual um religioso palestino reza a Deus para que este enviasse "um dia negro para os judeus" e defendendo que "a mão" dos habitantes da faixa de Gaza seja bem-sucedida a "atirar pedras" contra Israel.
A presidência espanhola da União Europeia (UE) defendeu hoje que é "muito urgente" trabalhar na solução dos dois Estados, Israel e Palestina, para terminar o ciclo de violência no Médio Oriente. "Só conseguiremos pôr termo a uma tragédia que já foi repetida demasiadas vezes se conseguirmos materializar de uma vez por todas a solução dos dois Estados, vivendo um ao lado do outro em paz e segurança. Isto passa por um acordo definitivo", disse o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Albares, intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Para o governante espanhol, uma vez "superada esta crise", esta agenda deve ser abordada de "uma forma muito urgente". Travar "a tragédia" naquela região "só será possível se pudermos oferecer ao povo palestiniano e a Israel uma perspetiva de paz credível e definitiva, o que passa inevitavelmente pela solução dos dois Estados". A UE, sustentou Albares, deve agir com "clareza e firmeza", mostrando "um compromisso firme contra o terrorismo e violência, com a paz, a justiça e a humanidade".
Este é um momento de "muitas emoções, às vezes contraditórias", avisou, acrescentando: "Devemos por isso ser especialmente responsáveis e cuidadosos com o que dizemos, como o dizemos e quando o dizemos".
Dois manifestantes atiraram cocktails motov contra uma sinagoga da cidade de Berlim, na Alemanha. Não há registo de feridos. A Polícia isolou a área, que alberga diversas instituições judaicas.
Cinco pessoas de uma família luso-israelita foram encontradas sem vida, vítimas do ataque do Hamas a um festival de música em Israel, no passado dia 7 de outubro. A informação foi confirmada pelo correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman. Os funerais deverão realizar-se na quinta-feira.
“Queria estar aqui hoje. Por uma simples razão, quero que o povo de Israel e as pessoas do mundo saibam qual é a posição dos Estados Unidos”, começou por dizer Joe Biden, numa conferência de imprensa em que esteve acompanhado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em Telavive. O líder norte-americano reforçou o apoio a Israel, que “tem de continuar a garantir que tem aquilo que precisa para se defender” do Hamas. “Vamos garantir que isso acontece. Mas temos também de ter em mente que o Hamas não representa todos os palestinianos”, ressalvou, indicando, ainda, que o número de cidadãos norte-americanos mortos no ataque de 7 de outubro subiu para 31.
Admite responsabilidade palestiniana na explosão em hospital
Sobre a explosão que provocou mais de 500 mortos num hospital de Gaza, Joe Biden afirmou hoje em Telavive que terá sido da responsabilidade de grupos palestinianos. "Com base no que vi, parece que foi feito pela outra parte, não por vocês", disse Biden, junto de Netanyahu, apoiando assim a versão das autoridades israelitas, que atribuíram aos combatentes palestinianos a responsabilidade pela explosão no hospital anglicano Al Ahli, no norte da Faixa de Gaza, na terça-feira.
As forças israelitas detiveram 65 palestinianos na Cisjordânia ocupada, reportou a agência de notícias palestiniana Wafa, elevando para mais de 750 o número de pessoas detidas por Israel no território desde 7 de outubro, segundo a "Al Jazeera".
"Israel tem o direito a defender-se, em linha com a lei internacional. O Hamas são terroristas. E os palestinianos também estão a sofrer com este horror, e temos de apoiá-los", sustentou hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, numa sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, durante um debate sobre os ataques do grupo islamita e a situação humanitária na Faixa de Gaza.
"Solidariedade é o mínimo que podemos fazer pelo povo de Israel. Este horror exige uma resposta unida de todos nós, como seres humanos, defensores de um mundo livre, como cidadãos da Europa, onde o ódio, o terrorismo e o racismo não têm lugar", disse, sublinhando que a Europa "está ao lado de Israel nestes tempos conturbados". "Era importante transmitir esta mensagem de solidariedade em pessoa, em Israel", notou a líder da Comissão Europeia, justificando a sua deslocação a Israel, que tem sido alvo de críticas.
"Só se reconhecermos a dor de Israel e o seu direito de se defender, teremos a credibilidade para dizer que Israel deve reagir como uma democracia, em linha com a lei humanitária internacional. Isto é crucial para proteger vidas civis", considerou Von der Leyen, que discutiu com Israel "os esforços para proteger vidas civis".
A ausência de uma referência imediata à necessidade de Israel agir dentro dos limites da lei internacional também foi criticada.
A ONU elevou hoje para mais de três mil o número de mortos na Faixa de Gaza, incluindo 853 crianças, desde que Israel respondeu ao ataque do Hamas de 7 de outubro com o bombardeamento do enclave palestiniano. Numa atualização diária sobre o conflito, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla inglesa) disse que não conseguiu contabilizar as vítimas do ataque ao hospital Al Ahli, na terça-feira (de acordo com as autoridades de saúde do território, pelo menos 500 pessoas morreram).
"Centenas de vítimas adicionais podem estar presas nos escombros", admitiu o gabinete de coordenação humanitária, que teme que os corpos possam causar epidemias e problemas ambientais.
A ONU também manteve o número de deslocados internos em Gaza em mais de um milhão, dos quais cerca de 352 mil permanecem em escolas no centro e no sul do território geridas pela missão da organização.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel partilhou, esta manhã, o áudio de uma suposta chamada telefónica intercetada entre dois militantes do Hamas sobre o "lançamento falhado" de um rocket. As vozes no áudio falam sobre como um disparo falhado a partir de um cemitério atrás do hospital al-Ahli al-Arabi atingiu, por erro, a unidade hospitalar em Gaza. Segundo se pode ouvir, um dos combatentes do Hamas diz que a explosão terá sido causada pelo grupo radical Jihad Islâmica.
"A situação em Gaza está a ficar fora de controlo. A cada segundo que esperamos para receber ajuda médica, perdemos vidas. Há quatro dias que os suprimentos ficam presos na fronteira. Precisamos de acesso imediato para começar a entregar suprimentos que salvam vidas. Precisamos que a violência de todos os lados pare", escreveu o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, no X.
Dois fotojornalistas palestinianos, vencedores de vários prémios internacionais de fotojornalismo na última década, documentaram e partilharam, esta manhã, imagens do hospital, agora destruído, onde ontem morreram pelo menos 500 pessoas num bombardeamento.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, diz que é “imperativo” levar a cabo uma investigação completa sobre o ataque ao hospital em Gaza. “Estou horrorizado com as imagens da explosão num hospital em Gaza. Civis inocentes foram feridos e mortos. Os nossos pensamentos estão com as famílias das vítimas. Uma investigação completa do incidente é imperativa”, escreveu na rede social X (ex-Twitter).