Sindicato quer saber se viatura policial onde Teresa Roldão morreu tinha pneus carecas
A Associação Sindical Autónoma de Polícia solicitou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a verificação da viatura policial onde a agente Teresa Roldão faleceu e três outros agentes sofreram ferimentos, na sequência de um despiste em Sacavém, na madrugada de quinta-feira.
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Em causa estão as “deficientes condições de serviço verificadas” em várias viaturas ao serviço de esquadras na Grande Lisboa. A Associação Sindical Autónoma de Polícia (ASAPOL) quer saber se a viatura tinha pneus carecas, o que pode estar na origem do despiste da viatura numa curva na Rua Miguel Bombarda, por baixo do viaduto da A1, em Sacavém, e posterior embate contra a estrutura em cimento.
No ofício enviado pelo sindicato ao IGAI, e a que o JN teve acesso, pode-se ler que no dia do acidente mortal, “pelas 00.50 horas, em virtude da Esquadra da PSP de Camarate não ter viatura policial, foi acionada a viatura Policial da 76.ª Esquadra - São João da Talha, quando se deslocava para aquela localidade para resolver uma ocorrência, despistou-se e embateu contra um bloco de betão o que resultou três feridos e um morto”. Teresa Roldão, com 28 anos, agente da PSP desde outubro do ano passado e natural do Sardoal, morreu. Os três outros ocupantes, um agente da PSP e dois alunos do Curso de Formação de Agentes em estágio, sofreram ferimentos graves.
O pedido de verificação das viaturas estende-se a todas as viaturas da Divisão Policial de Loures, tendo em conta que, “nos últimos anos, verificamos nas Esquadras desta Divisão um aumento de viaturas automóveis acidentadas, outras viaturas a circular com graves deficiências e outras esquadras privadas do policiamento auto por falta de viaturas”, pode-se ainda ler no ofício. Em maio, de acordo com o sindicato, “foi atribuída ao serviço operacional das equipas de intervenção Rápida da Divisão Policial de Loures uma viatura com o vidro partido e com pneus carecas”.
A ASAPOL descreve ter enviado vários ofícios denunciando a situação cíclica que se estava a passar com a falta de viaturas policiais, desde novembro passado, mas sem qualquer resposta. O sindicato alertou ainda “para a necessidade de haver um curso para os motoristas das viaturas policiais”. “Mais uma vez esta Associação não recebeu qualquer resposta”.