Ministério Público arquivou inquérito criminal sem ouvir Victor Hugo Salgado.
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O procurador-geral da República, Amadeu Guerra, afirmou esta sexta-feira que o inquérito sobre violência doméstica que envolve o presidente da Câmara de Vizela, cujo arquivamento foi noticiado pelo JN, pode ser reaberto, porque ainda se encontra dentro do prazo “para a intervenção hierárquica” do Ministério Público (MP).
“Os superiores hierárquicos estão a analisar o despacho de arquivamento, e dentro do prazo da intervenção hierárquica, que são 20 dias sobre o despacho e a respetiva notificação, têm possibilidade de tomar uma posição relativamente a isto, nomeadamente de mandar fazer outras diligências que entendam que devem ser feitas”, afirmou Amadeu Guerra, à margem da conferência de aniversário da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), em Lisboa.
O presidente da Câmara de Vizela, Victor Hugo Salgado, reagiu à notícia do JN sobre o arquivamento do caso, reafirmando a sua inocência e dizendo que manifestou “disponibilidade para prestar declarações” no inquérito.
Este teve origem num auto da PSP resultante de declarações prestadas pela mulher de Salgado na noite de 27 de fevereiro, quando foi ao hospital de Guimarães para ser assistida, na sequência de alegadas agressões. A mulher tinha uma fratura do nariz e escoriações no lábio superior, entre outras lesões, alegadamente causadas por murros.
O MP optou por não constituir como arguido nem ouvir o autarca, devido à alegada “inexistência de indícios do crime de violência doméstica” e “a fim de se assegurar a paz social e a tranquilidade no seio da família”. Após queixar-se à PSP, a ofendida recusou-se “a prestar declarações, manifestando vontade de que o procedimento criminal não prosseguisse”, pelo que o Ministério Público (MP) arquivou tanto as suspeitas de violência doméstica como de ofensa à integridade física.