O bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, enaltece o Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira, como "um verdadeiro alter Christus, outro Cristo — entre nós". Na nota de pesar fala de um religioso que "não procurou respostas fáceis nem soluções imediatas", lançando a Igreja "num dinamismo de escuta e conversão".
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"O caminho sinodal que promoveu é expressão clara desta visão: não se trata, como ele próprio afirmou, de um discurso sobre a Igreja, mas de um caminho da Igreja e em Igreja, que faz parte da sua missão. A celebração do Jubileu, centrada no tema da Esperança, ganha por isso um significado especial neste momento: o Papa ajudou-nos a reencontrar a esperança que nasce do Evangelho vivido e partilhado", escreveu o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Lembrando que este tempo de Páscoa é celebrado pela Igreja Católica como um tempo de vitória da vida sobre a morte, o bispo destacou o simbolismo associado ao dia da morte do Papa "na primeira segunda-feira da Páscoa — o dia em que começa este tempo novo, este caminho pascal, esta verdadeira passagem". "Somos consolados pela esperança pascal que celebramos neste tempo litúrgico: a certeza de que a morte não tem a última palavra, mas é passagem para a vida plena em Deus", considerou.
O Papa Francisco morreu esta segunda-feira, aos 88 anos, após ter realizado uma breve aparição para as celebrações da Páscoa, em Roma. Lutava há meses contra os graves problemas de saúde que o obrigaram a um longo internamento, que começou em fevereiro.
Na mensagem publicada online, D. José Ornelas referiu que Francisco foi, ao longo do seu pontificado, "verdadeiro sinal do amor de Cristo, vivendo o seu ministério como servo humilde e próximo, sempre atento aos que sofrem, aos mais pobres e esquecidos, e guiando a Igreja com sabedoria, firmeza e ternura".
O Papa Francisco visitou Portugal duas vezes, tendo sido ele a canonizar os santos Francisco e Jacinta Marto, em 2017, e presidido à Jornada Mundial da Juventude, em 2023, evento que mobilizou milhares de fiéis de todo o mundo. As visitas foram destacadas na mensagem de homenagem de D. José Ornelas, que refere que o Papa reconhecia na mensagem de Fátima "um apelo sempre actual à conversão, à oração e à paz".