Número de jogadores bate recorde, mas já foram bloqueados mais de dois mil sites ilegais desde 2015.
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O jogo online não pára de crescer, tem cada vez mais adeptos e quem mete dinheiro ao bolso é o Estado. Desde que foi legalizado, em 2015, este tipo de apostas rendeu mais de mil milhões de euros aos cofres públicos. Já as entidades exploradoras faturaram mais 30% nos primeiros seis meses do ano em relação ao período homólogo do ano passado. Ao mesmo tempo, o número de jogadores e de autoexcluídos também continua a crescer, bem como as práticas à margem da lei.
No combate ao jogo ilegal, é possível observar que, desde a entrada em vigor do Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online, a 29 de junho de 2015, já foram notificados 1283 operadores ilegais de jogo online para encerramento da atividade. Em paralelo, foram bloqueados 2017 sites também de operadores ilegais. O regulador dos jogos e apostas online enviou ainda 33 processos para o Ministério Público para a instauração de processos-crime.
As modalidades online são vistas como cómodas, fáceis de jogar e à distância de um clique. E a verdade é que os proveitos para o Estado também se multiplicam ano após ano. A receita do imposto especial de jogo online (IEJO) rendeu 522,7 milhões nos primeiros seis meses deste ano e 1,1 mil milhões desde 2016. Na prática, são 373 mil euros por dia que o erário público arrecada com as apostas virtuais.
Também a receita bruta com as apostas online foi de 522,7 milhões de euros no 1.º semestre do ano. Em nove anos, são 3,4 mil milhões de euros de ganhos para os operadores. Os números estão plasmados no mais recente relatório trimestral do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos. Do total desta receita bruta, mais de metade (60,5%) corresponde aos jogos de fortuna ou azar, como jogos de casino, e 39,5% a apostas desportivas à cota. O volume de jogo neste tipo de apostas até sofreu uma diminuição de 111,6 milhões de euros no 2.º trimestre do ano em relação ao registado no anterior.
Jovens são quem mais aposta
Ao contrário, os jogos de fortuna ou azar registaram um crescimento de 15,6 milhões de euros do 1.ººpara o 2.º trimestre do ano. Neste segmento, os jogos de máquinas são a preferência da maioria dos jogadores (82,3%). Nas apostas à cota, o futebol (69,3%) continua a ser a modalidade mais requisitada, seguindo-se o ténis (19,9%).
O registo de jogadores também não pára de crescer. Desde o início do ano, o número subiu de 4,1 para 4,4 milhões de apostadores nas 17 entidades exploradoras. A maioria tem menos de 45 anos, sendo que 34,1% dos novos registos são de jovens entre os 18 e os 24 anos.
O Porto (21,2%) é o distrito onde existem mais jogadores, seguindo-se Lisboa (21,1%), Setúbal (8,7%), Braga (8,6%) e Aveiro (7,4%). A maioria tem nacionalidade portuguesa, mas também há registo de outros países, sobretudo do Brasil, Cabo Verde, Nepal e Angola.
Nota-se ainda um crescimento de jogadores com experiência de jogo, mas o número de autoexluídos também aumentou de 215 mil para 256,9 mil indivíduos.