A auditoria às contas do F. C. Porto nos últimos 10 anos revelou que Diogo Costa renovou contrato com os dragões em dois anos consecutivos e que, por isso, a SAD pagou um total de 1,9 milhões de euros de comissão à PP Sports, de Pedro Pinho. Negócios com o Portimonense também foram escrutinados.
Corpo do artigo
O relatório apresentado esta quarta-feira aponta 5,1 milhões de euros de prejuízo com os bilhetes que eram cedidos à claque Super Dragões, como pode recordar neste artigo, e perdas a rondar os 50 milhões nas comissões pagas a empresários.
Neste campo, a auditora apresenta vários casos que apresentam pagamentos a intermediários acima do que é sugerido pela FIFA, que refere um valor médio de 10% para transferências e 3% para renovações de contrato.
O documento recorda, por exemplo, que em outubro de 2021 Diogo Costa renovou contrato com o F. C. Porto até 2026 e que o intermediário, neste caso Pedro Pinho da PP Sports, recebeu 950 mil euros. Um ano mais tarde, estabeleceu-se um novo vínculo entre as partes, que prolongou a ligação até 2027, com a SAD a pagar mais 950 mil euros ao representante.
Contas feitas, estas duas operações custaram um total de 1,9 milhões de euros, dos quais 1,425 milhões já foram pagos e 475 mil ainda estão em dívida, com o documento a referir que a taxa de comissão se situou perto dos 10% e não dos 3% sugeridos pelo organismo que gere o futebol mundial.
Outro dos casos que levantou dúvidas à auditora foi a renovação, em 2014, com Rúben Neves, sendo que neste caso se aponta o dedo ao facto de pela empresa de intermediação (a Prestige Sports Management) ter assinado José Caldeira, irmão do antigo administrador da SAD Adelino Caldeira.
Entre as muitas contratações consideradas sem sentido pela auditoria - jogadores que pouco ou nada jogaram nas equipas A e B do F. C. Porto -, o documento analisou os negócios feitos com o Portimonense. É recordado que o F. C. Porto comprou 50% do passe de Gleison por 1 milhão de euros, numa altura em que o futebolista estava avaliado em 75 mil euros, e três anos depois vendeu os mesmos 50% ao clube algarvio por 100 mil euros, isto numa altura em que o atleta tinha valorizado para 600 mil.
No total das transferências analisadas desde 2014/15, a auditora concluiu que 61% dos movimentos (compras, vendas e renovações) foram pagas acima do valor de referência da FIFA (3% ou 10%) e que, desses, 20% dos negócios tiveram custos de intermediação a rondar os 30% do valor total do negócio.
Dos 82 milhões de euros pagos em comissões durante o período em causa, 31M€ tiveram como destinatário a Gestifute, de Jorge Mendes, 10,8M€ à PP Sports, de Pedro Pinho, e 10,05M€ à empresa de Giuliano Bertolucci.