Várias dezenas de mortos e desaparecidos é o resultado do temporal que, desde terça-feira, tem abalado o leste de Espanha.
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O leste de Espanha, com destaque para a região de Valência, está a ser fortemente afetado por chuvas torrenciais, que, de acordo com o mais recente balanço, provocaram 51 vítimas mortais, deixando ainda várias dezenas de pessoas desaparecidas. Além disso, o temporal atingiu vias e infraestruturas, provocando inundações em estradas e campos, destruíndo pontes e arrastando carros. De acordo com a imprensa espanhola, a precipitação em Valência na última noite, onde o nível de alerta está no máximo, foi, de acordo com dados oficiais, a mais elevada desde 11 de setembro de 1966, tendo chovido entre 120 e 180 litros de água por metro quadrado em 12 horas.
O fenómeno meteorológico que está a provocar o temporal é uma depressão chamada DANA (depressão isolada em níveis altos), também designada por gota fria. Trata-se de uma depressão isolada em níveis elevados, que, segundo a agência espanhola de meteorologia (AEMET, na sigla em espanhol), resulta da colisão de uma massa de ar frio em altitude com o ar quente junto ao solo, gerando instabilidade e dando origem a aguaceiros e tempestades.
A AEMET explica que uma DANA tem dois tipos de causas: dinâmica (associada ao fenómeno) e termodinâmica (devido à diferença de temperaturas), podendo ocorrer em qualquer época do ano. No hemisfério norte e nas latitudes médias, “normalmente, as tempestades e os anticiclones circulam de oeste para leste”, mas por vezes formam-se ondas e “uma das ondas forma uma espécie de bolsa de ar frio e fica isolada com um movimento mais errático”, que é precisamente o que “o que constitui a DANA”.

